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Arrow é a minha grande aposta para a temporada 2012/2013. Ontem foi emitido o nono e último episódio antes do hiato de Natal – Arrow regressa no dia 16 de Janeiro – e até ao momento esta série tem vindo a subir de forma constante na intensidade da narrativa, no desenvolvimento dos personagens e na cativação dos espectadores. É espantoso como Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg conseguiram pegar num dos super-heróis menos conhecidos do Universo DC Comics e torná-lo numa série que a meu ver tem tudo para se tornar numa referência dentro do género ao longo dos próximos anos.
Arrow é baseado na BD Green Arrow, pouco popular fora do mundo dos connoisseures de banda-desenhada, mas que nos últimos anos ganhou alguma popularidade através da série Smallville. Tendo seguido de perto Smallville, confesso que não tinha grandes expectativas para a estreia de Arrow. Na altura os rumores falavam de um reatamento da história do Green Arrow, talvez como uma prequela para os eventos que levaram Oliver Queen a Metropolis para se tornar no braço direito da jovem versão do Super-Homem. Não sendo grande fã de Justin Hartley (actor que protagonizava o papel de Green Arrow em Smallville), reagi com algum contentamento quando soube que tinham seleccionado outro actor para a série Arrow. Apesar disso, as minhas expectativas eram extremamente baixas. Felizmente, bastou ver o primeiro episódio para a minha opinião dar uma volta de 180 graus.
Arrow conta a história de Oliver Queen, um playboy nos seus vinte e poucos anos que regressa à sua cidade natal de Starling City após ter passado cinco anos como naufrago numa ilha perto da costa da China depois de ter sofrido um acidente de barco que vitimou o seu pai. A ilha mudou Oliver e moldou-o à imagem do herói que a sua cidade precisava. Antes de se sacrificar para que o filho tivesse uma hipótese de sobreviver, o pai de Oliver incutiu-o com uma missão de levar à justiça uma lista de nomes de homens poderosos que corromperam Starling City ao ponto do colapso social.
A série é contada a dois ritmos, dividida entre a vida dupla de Oliver Queen como The Hood (o nome dado na série ao mercenário que terroriza a vida dos ricos e poderosos de Starling City) e os flashbacks dos seus dias passados na ilha. Cada episódio é repleto de momentos de suspense e de alta tensão narrativa e emocional, o que mantém o espectador atento até ao último segundo. As introduções de cada episódio são tão épicas e tão bem construídas que às vezes chegam a um ponto de serem exageradas no nível de tensão criado nos primeiros minutos do episódio.
Apostar em Green Arrow foi uma jogada de génio. Numa sociedade assolada por casos de corrupção, desemprego e austeridade, quem melhor do que um herói cujo mote é levar os empresários multimilionários (ou os 1% como são comummente chamados) à justiça através do medo e da intimidação? Mesmo o mais pacato dos espectadores deve ferver de empatia para com a causa de Oliver Queen sempre que ele aponta a sua seta e afirma: You have failed this city! Quantos de nós já não sonharam em chegar à beira de Passos Coelho ou de Miguel Relvas e pô-los a chorar que nem bebés após afirmarmos em voz alta: You have failed this country!
Podem levantar a questão sobre um rapaz que pertence aos 1% atacar os seus pares quando ele próprio faz parte do problema. Aí, Arrow apresenta uma boa construção narrativa que transmite profundidade suficiente ao personagem para que ele sofra com estas questões e lide com os seus demónios interiores de uma forma resguardada mas facilmente identificável pelo mais desatento dos fãs.
Do guião à realização, apenas tenho coisas positivas a dizer sobre esta série. Com uma média de três milhões de espectadores por episódio não é tão popular como Revolution, mas esta devia dar melhor atenção a Arrow e apender como se constrói uma narrativa sólida e uma história cativante.
No dia 22 de Outubro o CW (canal responsável pela transmissão de Arrow) já deu o aval para a encomenda de uma temporada completa de episódios de Arrow. Até Maio podemos contar com a companhia deste super-herói que se continuar por este caminho, vai ser presença assídua nas nossas televisões durante os próximos anos.
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