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Of course it's erased! (…) It means your future hasn't been written yet. No one's has. Your future is whatever you make it, so make it a good one.
Dr. Emmett "Doc" Brown, Back to the Future III
Trinta anos após a estreia do primeiro filme, enfim chegou a icónica data do Regresso ao Futuro II, que marca a chegada de Marty McFly ao futuro. Esse longínquo futuro de 1985, imaginado com carros voadores, fusão a frio movida a lixo doméstico, filmes 3D, hoverboards, roupa ajustável ao corpo e faxes. Uma mescla de ficção científica ainda distante da realidade da versão actual de 2015, com algum saudosismo típico da década de 1980.
Olhando à distância de uma das mais aclamadas trilogias da História do Cinema, por vezes pensamos que pouco, ou quase nada, mudou nos últimos trinta, vinte e seis, ou vinte e cinco anos. Não temos carros voadores, ainda não somos capazes de viajar no tempo, existem filmes 3D e nunca foram tão populares, os videojogos são cada vez mais imersivos, têm melhores gráficos, mas ainda nos “obrigam” a usar as mãos. Não temos hoverboards, pelo menos, não como as do filme, e quanto a roupa ajustável, espero que não a tardem a inventar. Ser uma daquelas pessoas que está sempre algures perdida entre um M e um L, não é nada agradável, especialmente quando a disparidade entre tamanhos é tão vincada de loja para loja.
Back to the Future é uma das minhas trilogias preferidas. Daria prioridade a uma maratona de Back to the Future contra uma de Star Wars, Lord of the Rings, e até mesmo de Jurassic Park. Talvez apenas o Em Busca do Vale Encantado, mesmo com as suas doze, e em breve, treze sequelas, fosse capaz de tirar o lugar às aventuras de Doc e Marty McFly na minha lista de preferência para umas boas horas passadas em frente à TV.
Sou um fã incondicional de Regresso ao Futuro. Lembro-me de o ver na televisão quando era pequeno, de sonhar com carros voadores e com viagens no tempo. Não cheguei a apanhar muitos episódios da série de animação, e tenho apenas uma vaga ideia de como era. Desenhada ao estilo de Denver, the Last Dinosaur, Widget, the World Watcher e Captain Planet and the Planeteers, a série animada de Back to the Future também se centrava em temas que ainda hoje são actuais. Era uma série com um profundo aspecto vocacional e educativo, ao ensinar as crianças sobre Ciência e História, e ao preocupar-se com assuntos que ainda hoje preocupam a humanidade, como a poluição, as alterações climáticas e a protecção do planeta, assim como o nosso futuro como espécie e como habitantes da Terra.
Contudo, precisei ainda de esperar mais alguns anos para voltar a entrar em contacto com esta trilogia. Já estava na faculdade quando a TVI começou a passar os filmes ao sábado. Durante três semanas acompanhei-os como se os visse pela primeira vez. Nesse mesmo mês encontrei a caixa em DVD da trilogia na Fnac e comprei-a. Na altura custou-me cerca de 30 euros, um pequeno investimento para um incontável número de tardes passadas a ver cada pormenor e cada especial que esta colecção trazia.
Além da edição em DVD, possuo também o set da Lego Ideas com o famoso DeLorean, e as minifiguras de Doc Brown e Marty McFly, e as edições especiais Funko POP! de ambas as personagens, com o Marty acompanhado pela máquina do tempo, e a sua inesquecível matrícula “Out of Time”.
Talvez hoje numa linha do tempo alternativa, Marty já esteja em Hill Valley a tentar salvar o seu filho, mas, este 2015, não é o mesmo 2015 que a mente de Robert Zemeckis nos deu a conhecer. Para os verdadeiros fãs é uma data que merece ser celebrada, para os restantes é um dia como qualquer outro com uma pequena curiosidade partilhada nas redes sociais e na comunicação social. Para mim, é o dia que marca a publicação número 300, dos quase 10 anos de vida deste blogue.
E que melhor tema para a celebrar que a chegada de Marty McFly ao futuro?
Foram trezentos artigos entre crónicas, contos, poemas, citações, fotos, vídeos, e uma boa dose de nonsense constante. Quando comecei a escrever para este blogue, pouco mais de um ano depois de me aventurar pela blogosfera, não tinha nenhum plano em mente. Apenas queria escrever e ter um espaço onde pudesse publicar aquilo que tinha para dizer.
Quase dez anos depois, salvo raras excepções, continuo a escrever apenas para mim próprio. Este é um espaço onde a minha voz é ouvida, onde os meus pensamentos são livres para correr sem restrições, onde o mais íntimo dos meus momentos de introspecção tem o seu tempo de antena.
O No Sense of Reason é o projecto ao qual mais tempo dediquei em toda a minha vida. Sempre tentei publicar pelo menos um artigo por mês e escrever cerca de trinta artigos por ano. É pouco para um blogue que queira ser popular e lido por milhares de pessoas. Mas não escrevo para que me leiam, ou para fazer algum dinheiro com isto. Escrevo apenas porque sim. Porque tenho uma voz, e porque quero que ela seja ouvida. Mesmo que o único ouvinte seja um futuro Eu em busca de respostas nas entrelinhas dos seus pensamentos passados.
Estes foram apenas os primeiros trezentos capítulos de uma longa história ainda por escrever. Pois tal como Doc Brown diz na conclusão da saga de Back to the Future, o futuro ainda não foi escrito. Está apenas ao alcance da nossa imaginação, do nosso esforço, e da nossa ambição.
“Where we’re going, we don’t need roads.”
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