Foto: Adriano Cerqueira |
Em qualquer aventura, O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
Uma boa viagem não é medida apenas por aquilo que encontramos quando atingimos o nosso destino, mas sim pelo caminho que percorremos até o alcançar. Por cada passo. Por cada pessoa que encontramos. Pelas experiências. Pelos obstáculos e pelo engenho para os ultrapassar.
Quando era pequeno, raro era o fim-de-semana que não passava a conhecer uma nova cidade ou região. Cresci a viajar por cada canto de Portugal. Provei diversos pratos, na altura ainda exóticos para uma criança que pouco sabia além do mundo dos livros e desenhos-animados que alimentavam a sua imaginação. Visitei castelos, museus, igrejas, santuários, reservas naturais e parques geológicos.
Fui dos primeiros visitantes a ver de perto as pegadas de dinossauro na Pedreira do Galinha na Serra de Aire. Quase que sentia a presença da extinta manada de dinossauros de pescoços longos a acompanhar-me no meu passeio. Embora nada restasse desses animais além das suas pegadas, sentia-me como a personagem Alan Grant numa das cenas iniciais do Jurassic Park.
Apaixonei-me pelas estrelinhas da Pastelaria Milano em Fátima e provei todos os tipos de Pão-de-Ló. Também passei os meus verões no Algarve. Empanturrei-me com os doces de Tavira e com as Bolas de Berlim dos vendedores ambulantes. Mergulhei nas praias da Ilha de Faro. Vi os ninhos de gaivotas nas Berlengas. Presenciei de perto o Rally de Portugal na Serra do Caldeirão. Subi à Torre dos Clérigos. Ao Bom Jesus de Braga. Entrei no Navio Gil Eanes. Visitei o Oceanário e todos os pavilhões da Expo 98. Estive na Aldeia da Luz antes das águas do Alqueva a levarem. Atirei bolas de neve na Serra da Estrela. Ri-me com o formato e desenho das canecas das Caldas. Passeei por dentro das muralhas do Castelo de Guimarães. Vi os moliceiros navegar por entre as Garças na Ria de Aveiro. Parti em viagem e regressei a casa para me maravilhar com as casas enfeitadas de azulejo e com o ritmo do Carnaval de Ovar.
Visitei os 18 distritos, entre capitais, cidades, vilas e aldeias. Aventurei-me pelo conhecido e pelo desconhecido do nosso país. Olhando hoje para trás, apenas desejo poder um dia voltar a fazê-lo.
A Globe Spots elegeu recentemente Portugal como o melhor destino turístico de 2013. Segundo o P3, esta agência destaca o "velho charme europeu" do país e as "cidades medievais e quarteirões históricos", cheios de praças, igrejas e mosteiros, assim como os "bairros típicos, onde a roupa colorida seca à janela". Uma imagem simplista que apenas abre o apetite para a variada e saborosa refeição que é o nosso país.
Embora o termo “Férias” seja uma palavra cada vez mais utópica no imaginário do comum português, existem opções de baixo custo a um pequeno passo da nossa porta. Sim, é possível organizar uma viagem pela Europa Central a um preço mais baixo que uma semana no Algarve. Mas há muito mais para fazer em Portugal do que apenas praia. Mesmo essa também é agradável na costa Alentejana e em pontos estratégicos do Litoral Norte. Todas elas a preços mais agradáveis para a vossa carteira.
Passei a minha infância em viagem. Um privilégio que nem todos puderam desfrutar. Se tiverem essa oportunidade não a desperdicem. Conheçam o nosso país. Visitem-no. Provem-no. Conquistem-no. Amem-no. Façam-no para que um dia possam dizer com orgulho: “Eu Vivi Portugal!”
1 comment:
Tal e qual. Há tanto para ver em Portugal e a preços anti-crise. Como diziam os outros "Vá para fora cá dentro"
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