Este ano decidi inverter a tendência e voltar a pedir-te um bem material, algo que já não fazia há bastantes anos. Este ano quero o Magalhães. A sério, não estou a brincar. Não é por ser o primeiro computador ibero-americano, por ser resistente à fúria – entenda-se estupidez – de ditadores, ou por todos os assessores do Sócrates terem um. Não. Quero o Magalhães, simplesmente porque sim.
Como bom português, mantive-me fiel à tradição e apenas no domingo dia 21 de Dezembro fui tratar das compras de Natal. No meio de um Gaiashopping a abarrotar pelas costuras, após longas filas para fazer aquele pequeno quilómetro que separa o fim da A44, da zona industrial repleta de centros comerciais. E de longas horas dentro de Zaras, C&As e afins, dei por mim dentro da Fnac, à procura do Brisingr, e de algo mais.
Por entre essa busca, deparei-me com um pequeno computador. "Mais um daqueles mini portáteis que toda a gente adora, mas que para os quais não vejo qualquer utilidade", pensei. Mas não, não era mais um desses, era o Magalhães. Estava aberto e nada denunciaria a verdadeira natureza do PC que se encontrava à minha frente.
O meu primeiro instinto foi fechá-lo para ter a certeza que era de facto o aclamado messias do Sócrates. A princípio achei que era cinzento, uma nova estilização, afinal nem todas as crianças gostam de azul claro e os assessores do Primeiro-Ministro precisam de algo mais sóbrio para levar aos congressos. Mas não, era tal e qual tem vindo a ser anunciado nos órgãos de comunicação social, azul claro, leve, e com o ar de malinha do lanche.
Quando era criança, das poucas memórias que ainda reservo dessa altura, lembro-me de um pequeno brinquedo, ao qual chamava computador, mas que de computador tinha ele muito pouco. Quanto mais não fosse apenas pelo aspecto que imitava o design de um portátil. Era pequeno e azul com aspecto de lancheira. Abria-o e ligava-se uma luz. Colocava um cartão na ranhura da luz, e surgia a imagem de um objecto com o respectivo nome iluminado.
Não deixo de pensar nas semelhanças desse brinquedo de plástico com o infame Magalhães. Se calhar, é por isso que este ano apenas te peço o Magalhães. De certa forma, a coqueluche do Engenheiro Sócrates simboliza um passado que não consigo evitar de relembrar numa época como esta.
Aguardo assim pela tua vinda, como sempre aguardei, e espero que desta vez, pela mera simplicidade do pedido, consigas realizar a pequena vontade do teu eterno crente.
Feliz Natal.
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