10 Mandamentos, Julius Schnorr von Carolsfeld |
Este artigo não tem qualquer intento de levantar algum tipo de questão existencial. Contudo, não nego a probabilidade de que isso venha a acontecer.
Ontem à noite, durante um daqueles momentos de profunda reflexão sobre o porquê das coisas, comecei a pensar sobre os 10 mandamentos, e encontrei algo de estranho acerca do mandamento: "Não deves usar o nome de Deus em vão".
Estamos todos familiarizados com aqueles desenhos animados em que alguém diz Deus, e a personagem mais conservadora bate-lhe, evocando este mandamento, argumentando que tal acto se trata de uma blasfémia. Já eu tenho uma visão diferente daquilo que este mandamento procura realmente dizer.
Segundo algumas informações, que talvez não sejam muito viáveis visto que foram retiradas da série "Veritas, the Quest", Deus tem mesmo um nome. Nome esse, que Moisés ouviu ser pronunciado, e que nunca mais voltou a ser referido.
Seria muito estranho que um ser superior se deixasse ficar pelo nome de Deus e nada mais. Seria natural que Ele tivesse um nome próprio. Contudo, se pensarmos bem, os nomes dos outros deuses não são bem nomes próprios, já que remetem para particularidades dos seus poderes característicos.
Mas esse tal nome de Deus é conhecido. E, segundo essa série, apenas uma certa tribo judaica é que possui alguém, uma espécie de protegido, que é capaz de pronunciar esse nome.
Ora, se virmos isto como uma realidade irrevogável, encontramos aqui a real importância do nome de Deus. Quando este, ao ser pronunciado numa língua que o mais comum dos mortais é incapaz de decifrar, invoca poderes como a capacidade de curar doenças, de ressuscitar os mortos, de transformar a água em vinho, enfim, basicamente tudo aquilo que Deus pode fazer, podemos então afirmar que é algo demasiado poderoso para ser dado ao desbarato.
Daí a existência deste mandamento. Não devemos usar o poder da palavra do Senhor, nem do Seu nome, para os nossos próprios fins, mas sim apenas em caso de extrema necessidade, ou em Seu louvor.
Podia também ter pensado que este mandamento remetia para o poder persuasivo da religião, poder esse que deve ser usado com cuidado, para que ninguém seja vítima de usurpação.
De qualquer das maneiras, deixo aqui a questão em aberto. Mas não se preocupem, a meu ver, não estão a pecar quando vêem algo estranho e gritam "Ó meu Deus!"
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