Na minha sala há um tapete. Tapete esse que sempre ali esteve, ou assim penso. Não consigo lembrar-me de uma memória de infância passada nesta sala sem que este tapete ali estivesse.
Quantos anos tem este tapete? Que histórias pode ele contar? Talvez jamais alguém o saiba. Apesar de tudo, não passa de um tapete. Mais velho que eu. Tão velho que talvez me sobreviva. Sempre ali, estendido no mesmo sítio. Pronto a receber os pés e o calçado de todos aqueles que por aqui passam.
Vida de tapete não é vida fácil. Leva de vez em quando com todo o tipo de partículas imagináveis. É sujeito a vassouras e aspiradores. Para não falar de quando tem que ser lavado. Esfregonas de água fria, e espuma dos mais variados químicos, a envelhecer este já muito experiente tapete, que bravamente sobrevive a todas estas aventuras, acabando, enfim, por tostar ao sol numa bela tarde de Verão.
Não é fácil ser tapete. Nos contos de fadas talvez hajam tapetes que voem, ou que tenham poderes especiais, mas não este. Este é um simples tapete, que todos os dias ocupa o seu lugar na fria tijoleira que ele cobre.
Que marco desta casa. Que ícone despercebido. Um símbolo de um lar, de uma sala, de uma vida. Um simples tapete, que é muito mais que isso.
Como seria o Mundo sem este tapete? Talvez outro ocupasse o seu lugar, mas esse Mundo não existe. E, por enquanto, é este o tapete que lá cumpre a sua tarefa, até ao dia em que tiver que descansar.
Pequeno tapete cuja grandeza ultrapassa a sua própria existência.
1 comment:
oix!!!!
tens k escever coisas mais animaditas Zé=P
mas ta mui fixe..... gosto mui do teu blog=)
bjokas e boas férias.....
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