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É difícil imaginar que já passaram dez anos. É difícil contabilizar trezentas e dez publicações. Entre crónicas, contos, poemas, vídeos, fotos, imagens, estórias sem sentido, episódios do dia-a-dia, momentos de introspecção, sentimentos, enfim, incontáveis palavras espalhadas por cento e vinte meses de dedicação, esforço e devoção a um espaço. A um blogue. A um diário. A uma eterna constante inspirada nas letras de uma música desconhecida.
Foram anos de inspiração e de desespero. Dez anos a olhar para uma página em branco. A correr para o teclado sempre que aquela ideia surgia. A gatafunhar no meu bloco, ou numa nota do telemóvel, cada pensamento solto que pontualmente me assolava. Foram meses de revisão. De parágrafos apagados. De ideias deitadas fora. De projectos por concretizar. De artigos por escrever.
Dez anos cumpridos com falhas, sob um auto-imposto ritmo de trinta publicações por ano, e pelo menos uma por mês. Incontáveis Dezembros passados a espremer cada letra até à exaustão, esperando pelo confortável descanso de sentido e razão que aguarda o eterno 23.
Foram noites perdidas a editar o podcast d’A Rádio da Rádio. E a escrever. Sempre a escrever. É impossível olhar para trás e não ver tudo aquilo que mudou nos últimos dez anos. Pois tudo mudou. Mas este espaço, este blogue, sempre se manteve constante. Com novos layouts, diferentes designs, novos estilos e nova imagem. Mas sempre único. Sempre aberto. Sempre presente. Sempre meu.
Dez anos volvidos desde a criação deste blogue, e há doze anos como blogger, continuo sem um propósito, sem um motivo, sem um público e sem um tema. Escrevo porque sim. Apenas porque sim. Escrevo como um exercício. Escrevo porque tenho algo para dizer. Escrevo para que me leiam. Escrevo para mim. Para todos. Para alguém e para ninguém. Escrevo porque gosto. Porque o preciso de fazer. Porque o tenho que fazer. Escrevo porque sim. Apenas porque sim.
Viajo entre linhas de mundos e opiniões. Atravesso caracteres ilimitados. Exploro a lírica da minha língua. Vou além dos limites da minha criatividade. Descanso nos confins da minha imaginação. Luto pelas ínfimas ideias de uma musa eternamente adormecida. Escrevo. Falo. Filmo. Desenho. Fotografo. Viajo. Faço algo acontecer e guardo-o aqui. Uma pequena oferta para aqueles capazes de me oferecer algum do seu tempo.
Obrigado a cada pessoa que por aqui passou. A cada leitor, seja ele anónimo ou conhecido. A cada visualização. A cada subscritor. A cada seguidor. A cada amigo. A cada ligação. Obrigado por cada comentário. Por cada crítica. Pelo vosso apoio. Pela vossa presença. Pela vossa perseverança. Obrigado a todos aqueles que ajudaram a manter-me motivado. A todos aqueles que acompanharam este blogue ao longo dos últimos dez anos. Obrigado.
Nesta aventura o importante foi partir, pois o destino deste espaço constrói-se a cada nova publicação. Em cada frase. Em cada imagem. Em cada comentário. Online desde a distante tarde de 17 de Janeiro de 2006. São já dez anos de No Sense of Reason. Os primeiros dez anos do meu projecto mais antigo. Do meu projecto mais fiel. Da principal constante da última década que hoje celebro.
Os primeiros dez anos de No Sense of Reason.
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