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Qual é a vossa posição sobre certo e determinado assunto? Basicamente é esta a questão que dá vida aos referendos. Aquele momento em que a democracia se mostra em toda a sua graça. Que a opinião do povo suplanta a de qualquer dirigente, e faz-se ouvir em voz alta.
O grande problema é que o povo é composto por uma cambada de idiotas. Não digo isto de ânimo leve, de facto, nem todos aqueles que se misturam ou desaparecem nas massas são idiotas completos. De quando em vez há quem se afirme e até tome uma decisão correcta. Mas, no geral, o povo rege-se por ideais retrógradas, e deixa-se levar pelo impulso da multidão. O preconceito, e a falta de vontade de se informar, torna o povo num alvo fácil para quem tenha a pontaria acertada.
Nunca se questionaram sobre a utilidade das sondagens? Sobre o motivo da sua mera existência? As sondagens existem para dar rumo aos indecisos, àqueles que são incapazes de se levantar do sofá, e de se interessarem sobre as coisas que realmente importam.
Ao fazerem zapping por volta da hora do almoço, ou do jantar, os indecisos podem-se deparar com um telejornal, e com uma sondagem sobre certo e determinado assunto. Essa sondagem, geralmente, dá por vencedor certa e determinada resposta, e é nessa resposta que aqueles indecisos que têm a mínima decência de exercer o seu poder de voto, vão acabar por votar.
Posto isto, de que nos servem os referendos, se o povo não passa de uma grande massa de idiotas que acabará por escolher aquilo que a TV lhes disser que vai ganhar? Gente simples que se deixa influenciar pelas palavras dos outros? Independentemente da existência de indecisos e idiotas, devemos crer que hajam pessoas capazes de pensar por si próprias, e de tomarem uma decisão correcta baseada nas suas convicções.
A verdade é que as questões dos referendos muito raramente agradam a toda a gente. Vai sempre haver quem apoie o Sim, enquanto outros vão optar pelo Não. Os referendos ajudam a equilibrar, e a dar uma nova perspectiva sobre aquilo que realmente interessa ao povo, obrigando assim os partidos a reflectir e a agir segundo os seus resultados.
Desta forma, podemos sempre dar graças ao facto de a maioria dos idiotas optar por não ir votar, ou por votar em branco. Não se trata de uma eleição, não é um motivo que os faça sair de casa e ir passar o seu Domingo na fila da Junta de Freguesia. E mesmo que fosse, o seu impacto seria mínimo. Daí a importância dos referendos, e daí a necessidade de vários assuntos serem debatidos, desde o financiamento dos clubes de futebol, até ao aborto, ou à constituição europeia.
Aqueles que realmente se importam com aquilo que é importante, vão pesquisar na Internet, vão ver programas como o Prós e Contras, vão ler jornais e revistas sobre o assunto. Enfim, vão tomar o seu partido, e votar, convictos da decisão que tomaram, após terem ouvido ambas as partes, sendo agora capazes de discernir aquilo que acham ser o mais correcto.
Nada está perdido. Mesmo numa multidão de idiotas há sempre alguém sensato. Fica aqui a mensagem para os Governos espalhados por esse mundo fora, que temem os referendos por falta de apoio daquela massa que lhes dá os assentos governamentais: Sem idiotas à solta, como vão conseguir governar?
Apenas queria deixar o seguinte parêntesis: quando me refiro a povo, falo das massas de pessoas, não me refiro ao povo Português, e o governo que destaco, não é o nosso, mas sim todo e qualquer tipo de governo democrático. Embora reconheça que alguns dos assuntos que referi a título de exemplo, sejam do interesse da nossa sociedade actual.
Não tenham medo de votar nos referendos, mas informem-se antes de o fazer. Os referendos são aquela pequena oportunidade de realmente fazerem a diferença. Nas palavras de Fernando Pessoa, "Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."
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