Tuesday, December 23, 2014

O Regresso da Véspera da Véspera de Natal Parte VIII

Design: Adriano Cerqueira
365 dias, 42 francesinhas, 26 bilharacos, 17 marcações da SciELO, 10 anos de blogue, 4 objectivas , 2 meses de Insanity, um Sagrado Chinelo e 0 pencas depois, está de volta o momento mais aguardado por todos os inconformados seguidores deste blogue, a Véspera da Véspera de Natal!

O Shaun T estava a jantar com a Menina do Gás. “Isso é subjectivo”, diz o Mindo que passava por ali, a caminho da terra desconhecida chamada Brasil. Já Jorge, o Cristo. Mas o Cristo não é Jesus? Não, o Jorge ‘acardita’. Credita? Sim, talvez. Jorge, o Cristo, pedia uma francesinha com pouco picante e uns peanurs para molhar no molho. Isso são as batatas. Não, isso são peanurs.

A Menina do Gás contava ao Shaun T como já lhe doíam os joelhos de carregar a botija pelas escadas acima no prédio do Pessoa. “You have to Dig Deeper”, aconselhou ele. “Isso foi o que ela disse”, pensou o Vasco da Gama que por ali se encontrava à procura da terra desconhecida chamada Brasil.

O Eusébio e a sua toalha por ali passeavam para servir o Shaun T. Mas ele já não tinha morrido? Não, é como o Pessoa no livro do Saramago, tens direito a nove meses para passear por aí. Mas já passaram onze! Um portal abriu-se sobre a cabeça de Eusébio. “Chevron seven is locked.” E lá foi ele explorar o Universo com o Capitão Planeta, o Widget, Jorge, o Cristo, o Lanterna Laranja e o Mindo. Deixando a sua toalha para trás. Mas onde estava a Gaia e os outros cinco para chamar o Capitão Planeta? Foram a Évora visitar José, o Filósofo. Esse não era o Sócrates? Também. Mas... Vai ali com o Perna a Paris que já te explico.

A Menina do Gás pegou na toalha para limpar o suor, bebeu um pouco de água do seu cantil, virou-se para a câmara e disse para descansares quando for preciso, e para não desistires, pois ela estava mesmo ali.

O Shaun T, deu-lhe alguns pontos pelo esforço e começou a beber a sua fórmula de recuperação e resultados. Agora vais dizer para não me esquecer? Vai comer Pipas para o planeta dos Cacoetes. Isso são amendoins. “Não, isso são Peanurs”, disse Mindo, o Cristo, que passava por ali.

Jorge, o Cristo, o Filipe Anunciação, o Mindo e o Álvaro Cunhal iam com o Coelhinho, o Pai Natal, e o Palhaço, de Comboio ao Circo, mas antes, estavam na fila da Comic Con para ver a Natalie Dormer e a Menina do Gás. Trouxeste a tua objectiva de 300mm? Não. Como esperas fotografar a Natalie no meio de uma multidão de Pipas do planeta Cacoetes. “Isso é subjectivo.” “Mindo, vai procurar a terra desconhecida chamada Brasil”, disse o Álvaro Cunhal que em tempos gostaria de se chamar Miguel. “Mas eu vivo na Foça.” “Não, Mindo. A Foça é que vive em ti.”

Mindo, e o seu gafanhoto foram apanhar o Neko Bus para visitar a Menina do Gás. Perderam-se e entraram no autocarro do Marshopping para visitarem o Ikea. Por entre os labirintos encontraram o Eusébio à procura de uma toalha. “Deixei a minha com o Sexta-feira na ilha da Páscoa.” “Isso não me parece correcto”, protestou José, o Filósofo, que por ali se descobria a comprar almofadas para o seu beliche. “Tu é que tens dois sentidos!”, respondeu o Eusébio depois de voltar para o restaurante em busca da sua toalha encantada. Uma história contada, geração, após geração.

O Littlefoot pôs-se à frente para reclamar, mas o Vasco da Gama, Jorge, o Cristo, Jesus, o Jorge, a Menina do Gás, o Shaun T, e o Capitão Planeta cortaram-se na fila, já entediados e com pressa para comer bilharacos. E as Pencas? As Pencas, não. As Pencas são narizes. E os Couvões? Os Couvões são a tua prima. Tu é que és a tua prima!

Às vezes gostava de poder dar um maior fio condutor a estas coisas. Como fiz no ano passado, lembras-te? Eu sei o que fizeste no Verão passado. Não, não é esse filme.

Alegria para o Mundo pois nasceu o Menino Jorge, o Cristo. Esse é o Jesus. E dos céus desceu cantando, o Sagrado Chinelo. Shaun T, Sexta-feira, José, o Filósofo e o Vasco da Gama, ajoelharam-se dizendo “não somos dignos da tua presença”. Jesus, o Cristo que por ali se procurava a lavar pés, foi ter com o chinelo, mas este não lhe servia. Subiu então para uma barragem e escorregou para as águas.

Jesus, o Cristo, virou-se para Jorge, o Macho Latino que gosta de peanurs, e gritou: “Disseste que havia aquecimento!” “Não, não.” “Tu disseste que tinhas vindo cá e que tinham arranjado o esquentador.” “Isso é subjectivo.” Fogo, Água, Terra, Vento, Coração. Pelos vossos poderes combinados, cala-te Mindo!

A Menina do Gás tentou levar o Shaun T de volta para o seu apartamento, mas este preferiu ficar por ali em amena cavaqueira com o Sexta-feira. As Pencas tentaram ganhar alguma relevância, sem qualquer tipo de sorte. E o Mundo ficou assim salvo, graças às peripécias dos nossos heróis, que ainda aguardam pela francesinha para molhar nos “peanurs” de Jorge, o Cristo.

Em honra do Sagrado Chinelo, espalhem pelo Mundo as palavras de felicidade que só um dia como o 23 consegue transmitir. Pois hoje é a Véspera da Véspera de Natal. Dêem as mãos e cantem todos comigo:

Morram Pencas, morram! Pim!

Thursday, December 18, 2014

Em Comum

Imagem DR
A friend should be one in whose understanding and virtue we can equally confide, and whose opinion we can value at once for its justness and its sincerity.
Robert Hall

Convivemos com, essencialmente, quatro tipos de pessoas. Aquelas que seguem as nossas recomendações, aquelas que embora não o façam no imediato eventualmente acabam por o fazer, aquelas que as ignoram mas que as acabam por descobrir por mero acaso, e aquelas que apenas as seguem depois de outra pessoa as ter recomendado.

Todos conhecemos alguém que se encaixa numa destas categorias. Dentro do nosso grupo de amigos, entre os familiares mais próximos, assim como nos colegas de trabalho, e nos conhecidos com quem partilhamos certos aspectos da nossa vida.

O que faz alguém aceitar a tua opinião ou seguir alguma sugestão, seja ela um destino de viagens, um livro, um filme, ou uma banda, parte do tipo de relação que essa pessoa partilha contigo. Do respeito que nutre, ou não, por ti. Do reconhecimento do teu “bom gosto”, ou de uma partilha de interesses em comum.

Nem sempre foi fácil encontrar alguém que partilhe dos mesmos gostos que nós. A internet e as redes sociais, hoje em dia, facilitam a disseminação e a partilha de conhecimento. Fenómenos que antes eram vistos como obscuros, ou restritos a um determinado nicho, podem hoje ressurgir e tornarem-se facilmente populares, bastando para isso que alguém com um certo grau de influência sobre os seus pares o partilhe.

Quando andava no liceu, não conhecia ninguém com quem pudesse falar sobre música, livros, filmes, séries, ou outro qualquer elemento cultural, que não aqueles que faziam parte da cultura pop da altura. “Ninguém vê o Em Busca do Vale Encanto, ninguém ouve New Order, e ninguém gosta da Primavera.” Durante meses mantive esta frase no meu Messenger, era o meu protesto silencioso contra a falta de alguém com quem falar sobre as coisas que mais gostava.

Com o passar dos anos a situação mudou, e hoje é raro encontrar quem não goste, ou quem não tenha pelo menos ouvido falar da maioria das coisas que eu gosto. Contudo, há agora uma diferença. Enquanto no passado seguir uma recomendação de alguém implicava algum investimento, gastos em deslocações e, por vezes, dias inteiros dedicados a essa demanda cultural, hoje basta uma simples pesquisa num motor de busca e alguns minutos do teu tempo.

Esta redução do custo de investimento e de consumo de bens culturais, que são hoje, na sua maioria, gratuitos e disponíveis online, fez com que o paradigma da interacção, e da partilha desses mesmos bens dentro do nosso grupo de amigos, passasse a ser encarado de outra forma.

Enquanto há poucos anos aceitava-se que alguém não pudesse comprar um álbum, ou ir ao cinema, hoje essa questão já não se coloca. Sim, existe conteúdo pago, e ir ao cinema nunca foi tão caro, contudo, e sem querer entrar no ramo da pirataria, hoje existem inúmeras formas legais para ver um filme, uma série, ou ouvir música, de forma gratuita.

Uma amizade, ou outra qualquer relação, não é definida pela partilha de gostos em comum, embora estes possam ter sido a base que a susteve numa fase inicial. Contudo, a dinâmica com que alguém lida com uma recomendação tua, diz muito sobre certos aspectos da vossa interacção. Desde o respeito, ao reconhecimento do quão bem essa mesma pessoa te conhece. Aspectos esses que se estendem à avaliação da qualidade da tua crítica, e da tua própria opinião.

Não me vejo como um líder de opinião, nem tão pouco defendo que os meus gostos sejam superiores aos de qualquer outra pessoa. Não os procuro impor, e apenas os partilho quando algo me apaixona, ou quando acho que essa pessoa pode também vir a gostar.

Contudo, não há sensação pior que ver alguém agradecer a outro por algo que tu próprio lhe recomendaste. Num Mundo cheio de informação, os filtros são necessários, mas, por vezes, é descabido não reconhecer um simples gesto de partilha.

Procuro sempre seguir as recomendações de quem perdeu algum do seu tempo para as partilhar comigo. Não sou um líder de opinião, mas sugiro que também o façam. Quem sabe todo o Universo de novas paixões, experiências e aventuras que estão a perder só porque escolheram ignorar a sugestão de alguém. É tão fácil como carregar em Play.

Wednesday, December 17, 2014

As Terras do Meu Verão

Foto: Asas de Avô, Oliveira do Hospital; Autor: Adriano Cerqueira
Portugal
  • Albufeira (Cinema, Zoomarine) 
  • Albergria-a-Velha (Transbordo)
  • Altura (Filmagens)
  • Aveiro (Compras&Utilidades, Visita)
  • Avô (Visita, Peregrinação ao Santuário do Sagrado Chinelo)
  • Barra (Visita)
  • Barril (Praia)
  • Barril D'Alva (Praia)
  • Braga (Visita, Confibercom) 
  • Castelo Branco (Almoço)
  • Coimbra (Visita ao Arco de Almedina, Jardins da Quinta das Lágrimas, Jardim Botânico, Portugal dos Pequenitos, Mosteiro de Santa Clara, Cinema) 
  • Cortegaça (Parque do Buçaquinho) 
  • Costa Nova (Visita)
  • Covilhã (Visita) 
  • Esmoriz (Visita)
  • Espinho (Visita)
  • Ervedal da Beira (Estadia, Visita à Barragem)
  • Faro (Visita, Cinema, Praia)
  • Figueira da Foz (Somnii Sunset)
  • Furadouro (Praia) 
  • Gaia (Cinema, Visita)
  • Lisboa (Visita ao Oceanário, Baixa, Belém, Bairro Alto, Estádio de Alvalade) 
  • Loriga (Visita às Piscinas Naturais de Loriga)
  • Oliveira do Hospital (Visita)
  • Ponta da Piedade (Visita)
  • Porto (Visita, Aeroporto, Compras&Utilidades, Concerto de Anathema, Serralves)
  • Matosinhos (Comic Con)
  • Sagres (Visita à Ponta e Fortaleza de Sagres)
  • Santa Maria da Feira (Compras&Utilidades, Visita)
  • São João da Madeira (Compras&Utilidades) 
  • Torreira (Visita) 
  • Vagos (Almoçar n'O Refúgio do Alemão, Visita Praia da Vagueira)
  • Valhelhas (Jantar)
  • Vila Nova de Cacela (Estadia)
  • Vila Real de Santo António (Visita)
  • Vila Real (Visita, Aniversário do Ricardo)

Espanha
  • Pontevedra (Lusocom, Visita)
  • Vigo (Transbordo)

Monday, December 15, 2014

Dez Anos de Bloguer

Coelho Amarelo
Como uma Fénix que não renasce das cinzas

Azul, cor da água, do céu, do calmo e da esperança. Água de onde a vida se proliferou, vinda do azul celestial depois de uma viagem longa, mais longa que qualquer viagem alguma vez feita. Vida que das chamas se ergueu para nelas voltar como uma Fénix que não renasce das cinzas. Não, não é aí que chegámos, nem iremos chegar. A Pomba Azul, a esperança, o futuro, a paz. Aquela luz que brilha no horizonte, tal como a estrela Polar guiou as velhas Naus dos descobrimentos, como coelhos na toca, nós agora ascendemos a uma nova realidade de um azul vivo e pacífico que nos guia eternamente, até á ultima chama se apagar, e a Fénix voar o seu último voo.
Manifesto Blue Dove

Dez anos. Faz hoje dez anos que publiquei o meu primeiro artigo na blogosfera. Era 15 de Dezembro de 2004, uma noite de quarta-feira não muito diferente de uma outra qualquer. A minha presença online resumia-se a dois sites, o Coelho Amarelo e o Paleo World, o primeiro criado como página pessoal dedicada à minha turma do Secundário, e o segundo como um projecto de uma base de dados sobre as diversas espécies de Therizinosaurus até então descobertas.

Dias antes tinha criado o Blue Dove na plataforma de blogues do Sapo. A ideia, e o nome, surgiram de uma breve prosa incoerente que escrevi para o Coelho Amarelo. Por entre essas linhas nasceu a ideia de criar um blogue, um conceito que na altura ainda não compreendia por inteiro. Dei-lhe o nome de Blue Dove, procurei online por um logótipo que se adequasse a ele, e escolhi um layout azul com aspectos marítimos, entre os templates do Sapo.

O Blue Dove durou pouco mais de um ano, com mais de cinquenta artigos publicados. Este blogue foi, ao longo de 2005, o meu diário pessoal, o meu porto de abrigo onde escrevia sobre tudo e mais alguma coisa. Foi lá que escrevi os meus primeiros contos, as minhas primeiras histórias, os meus primeiros poemas. Foi lá que nasceram rubricas como O 23 e Querido Diário, que ainda hoje se mantêm vivas neste espaço.

Foram dez anos e Quatrocentos e Quarenta e Quatro posts, divididos por sete blogues. O Blue Dove, o Story Writer, a Antologia do Eu, e o 25 de Julho, há muito já extintos, sobrevivem hoje no arquivo do A Flock of Blue Doves. O único, além deste, e do Mercúrio do Porto, que ainda mantenho activo, embora sem a periodicidade que, apesar de errática, o No Sense of Reason continua a praticar.

O meu primeiro artigo na blogosfera não foi um extenso ensaio filosófico, nem tão pouco uma crónica do dia-a-dia. Não foi um poema, ou um conto. Não foi uma entrada de diário, nem tão pouco possuía algo de intimamente pessoal. Não. O primeiro texto que alguma vez publiquei era sim, sobre o Sporting CP. Um breve esclarecimento sobre como funcionava a classificação da Liga que, à data, não estava a ser respeitada pelos jornais desportivos.

Na altura não havia facebook, nem twitter, não havia outra forma de publicar um pensamento maior que uma simples frase. E o IRC ou o MSN Messenger não eram os locais ideais para o fazer. Entrei na blogosfera por sentir falta de espaço. Pela necessidade de dizer algo mais, de projectar uma ideia e concretizá-la. Sem qualquer limite de caracteres ou espaço, e eventualmente, com a possibilidade de a alimentar com imagens, som e até mesmo vídeo.

O Blue Dove nasceu de uma necessidade, mas mantém-se ainda hoje vivo por algo bem mais profundo. Não é um simples blogue extinto, é uma Fénix renascida. Com uma nova vida, um novo design, um novo conceito. Hoje não é uma Dove solitária, mas sim uma Flock of Blue Doves.

Dez anos passaram e continuo a escrever. Para mim, para outros. Para quem quiser e gostar de me ler. Escrevo porque sim. Porque gosto. Porque não há sentido, ou razão. Apenas porque escrevo.

Quatrocentos e Quarenta e Quatro posts, entre Crónicas, Introspecção, Contos, Poemas, Momentos, Notícias, Reportagens, Vídeos e Imagens. Foram projectos que ficaram pelo caminho. Foram textos que ficaram por escrever. Foram datas que ficaram por assinalar. Foram dez anos. Vão ser muitos mais.

Hoje é dia 15 de Dezembro de 2014. Há dez anos publiquei o meu primeiro artigo no meu primeiro blogue. Hoje, escrevo mais uma página num livro sem sentido. Perpétuo, infinito, eterno. Tão contínuo e constante como qualquer linha sem senso, nem razão. Pois faço hoje dez anos, mas serão ainda muitos mais.

Believe in me, and I’ll believe in you!

Thursday, December 11, 2014

Adeus, Meu Doce Novembro

Sweet November, Imagem DR
November is all I know, and all I ever wanna know.
Nelson Moss

Novembro guarda em si algo de mágico. Uma doce energia que transcende qualquer poder de descrição. Novembro é, para mim, um mês especial, um mês diferente. Não há quintas-feiras em Novembro. Apenas felicidade. O potencial de sonhar. A promessa de um novo dia. Esperança. Paz. Uma recordação. Um recomeço.

Todos os meses são Novembro. Recordo-me da primeira vez que vi o Sweet November. Era mais uma noite de Verão, como outra qualquer. A falta de sono, ou de vontade para adormecer, impedia-me de contemplar o infinito pelos interstícios da janela do meu quarto. O zapping habitual tomou lugar. Talvez procurasse um episódio perdido de Everwood, ou uma retransmissão do The Good, the Bad and the Ugly. Em vez disso encontrei o Sweet November.

Uma história de amor. Um romance trágico entre um empresário preso ao seu sucesso, sem espaço para algo que não fosse previsível ou palpável, e sem um rumo para a sua vida, e uma rapariga excêntrica que passeava cães. Uma espécie de Dharma e Greg, tivesse esta sido escrito ainda no crepúsculo do século XIX.

Nelson e Sara, protagonizados por Keanu Reeves e Charlize Theron, conhecem-se numa aula para renovarem a carta de condução. Depois de uma troca de palavras atribulada, que faz com que Sara falhe a sua possibilidade de renovar a carta, esta procura Nelson para lhe fazer uma proposta que vai mudar a vida de ambos.

Ao longo de duas horas acompanhamos o romance entre duas pessoas, opostos aparentes, mas complementares. Assistimos à história de um amor em perpétuo crescimento. À evolução de Nelson, que deixa de viver para a sua carreira para se concentrar no agora. E a Novembro. O mês que os une e cujos dias limitam a sua relação.

Um mês, apenas um mês. Eram estes os termos de Sara. Regras incompreensíveis que Nelson procurou contornar. A beleza do agora. O momento imprevisível. Derrubado pela frieza da vida, e pela incerteza de um futuro planeado por outras mãos que não as deles.

Sempre serás o meu Novembro. Uma história simples, mas profunda. Um mês partilhado por duas pessoas que nos desafiam a reavaliar o nosso próprio caminho. A mensagem é simples, dar valor ao agora, ser feliz com as pequenas coisas, amar o dia, a simplicidade do dia-a-dia, a quebrável rotina, a memória de um amor, eterno na felicidade do último instante de incrível beleza, de uma inevitável despedida.

Sweet November é o amor entre Nelson e Sara. É a história de uma cidade. É a história de um momento. É a história de um mês.

Questionado sobre qual o meu filme romântico preferido, sinto-me tentado em responder Sweet November. Uma decisão sempre difícil entre este e o Before Sunrise, mas que mantenho constante, não seja por um qualquer lapso de memória. Pois, para mim, Sweet November, não é apenas um filme, ou uma breve história. É um hino, a homenagem a um mês que me é tão próximo. Um mês que recordo com felicidade. Um mês que, se pudesse, não mais teria um fim.

Não há quintas-feiras em Novembro. O meu aniversário não é em Novembro. Por mais que goste das cores do Outono, a minha estação é a Primavera. Mas há algo em Novembro. Algo mágico que talvez apenas eu consiga ver. Se alguma vez fizesse a lista dos meus melhores dias, aqueles em que fui mais feliz, este seria o mês mais representado. Em Novembro brilho. Em Novembro volto a ser Eu. Em Novembro sei ser feliz.

De Novembro nada peço. De Novembro nada espero. Guardo apenas recordações. Deixo-me envolver pelas energias positivas com que este mês me alimenta. São trinta dias como quaisquer outros. São trinta dias especiais, diferentes, intocáveis. São trinta dias de felicidade em potencial.

Despeço-me mais uma vez de ti velho amigo. Serás sempre o meu Novembro, o meu Doce Novembro.