Coelho Amarelo |
Como uma Fénix que não renasce das cinzas
Azul, cor da água, do céu, do calmo e da esperança. Água de onde a vida se proliferou, vinda do azul celestial depois de uma viagem longa, mais longa que qualquer viagem alguma vez feita. Vida que das chamas se ergueu para nelas voltar como uma Fénix que não renasce das cinzas. Não, não é aí que chegámos, nem iremos chegar. A Pomba Azul, a esperança, o futuro, a paz. Aquela luz que brilha no horizonte, tal como a estrela Polar guiou as velhas Naus dos descobrimentos, como coelhos na toca, nós agora ascendemos a uma nova realidade de um azul vivo e pacífico que nos guia eternamente, até á ultima chama se apagar, e a Fénix voar o seu último voo.
Manifesto Blue Dove
Dez anos. Faz hoje dez anos que publiquei o meu primeiro artigo na blogosfera. Era 15 de Dezembro de 2004, uma noite de quarta-feira não muito diferente de uma outra qualquer. A minha presença online resumia-se a dois sites, o Coelho Amarelo e o Paleo World, o primeiro criado como página pessoal dedicada à minha turma do Secundário, e o segundo como um projecto de uma base de dados sobre as diversas espécies de Therizinosaurus até então descobertas.
Dias antes tinha criado o Blue Dove na plataforma de blogues do Sapo. A ideia, e o nome, surgiram de uma breve prosa incoerente que escrevi para o Coelho Amarelo. Por entre essas linhas nasceu a ideia de criar um blogue, um conceito que na altura ainda não compreendia por inteiro. Dei-lhe o nome de Blue Dove, procurei online por um logótipo que se adequasse a ele, e escolhi um layout azul com aspectos marítimos, entre os templates do Sapo.
O Blue Dove durou pouco mais de um ano, com mais de cinquenta artigos publicados. Este blogue foi, ao longo de 2005, o meu diário pessoal, o meu porto de abrigo onde escrevia sobre tudo e mais alguma coisa. Foi lá que escrevi os meus primeiros contos, as minhas primeiras histórias, os meus primeiros poemas. Foi lá que nasceram rubricas como O 23 e Querido Diário, que ainda hoje se mantêm vivas neste espaço.
Foram dez anos e Quatrocentos e Quarenta e Quatro posts, divididos por sete blogues. O Blue Dove, o Story Writer, a Antologia do Eu, e o 25 de Julho, há muito já extintos, sobrevivem hoje no arquivo do A Flock of Blue Doves. O único, além deste, e do Mercúrio do Porto, que ainda mantenho activo, embora sem a periodicidade que, apesar de errática, o No Sense of Reason continua a praticar.
O meu primeiro artigo na blogosfera não foi um extenso ensaio filosófico, nem tão pouco uma crónica do dia-a-dia. Não foi um poema, ou um conto. Não foi uma entrada de diário, nem tão pouco possuía algo de intimamente pessoal. Não. O primeiro texto que alguma vez publiquei era sim, sobre o Sporting CP. Um breve esclarecimento sobre como funcionava a classificação da Liga que, à data, não estava a ser respeitada pelos jornais desportivos.
Na altura não havia facebook, nem twitter, não havia outra forma de publicar um pensamento maior que uma simples frase. E o IRC ou o MSN Messenger não eram os locais ideais para o fazer. Entrei na blogosfera por sentir falta de espaço. Pela necessidade de dizer algo mais, de projectar uma ideia e concretizá-la. Sem qualquer limite de caracteres ou espaço, e eventualmente, com a possibilidade de a alimentar com imagens, som e até mesmo vídeo.
O Blue Dove nasceu de uma necessidade, mas mantém-se ainda hoje vivo por algo bem mais profundo. Não é um simples blogue extinto, é uma Fénix renascida. Com uma nova vida, um novo design, um novo conceito. Hoje não é uma Dove solitária, mas sim uma Flock of Blue Doves.
Dez anos passaram e continuo a escrever. Para mim, para outros. Para quem quiser e gostar de me ler. Escrevo porque sim. Porque gosto. Porque não há sentido, ou razão. Apenas porque escrevo.
Quatrocentos e Quarenta e Quatro posts, entre Crónicas, Introspecção, Contos, Poemas, Momentos, Notícias, Reportagens, Vídeos e Imagens. Foram projectos que ficaram pelo caminho. Foram textos que ficaram por escrever. Foram datas que ficaram por assinalar. Foram dez anos. Vão ser muitos mais.
Hoje é dia 15 de Dezembro de 2014. Há dez anos publiquei o meu primeiro artigo no meu primeiro blogue. Hoje, escrevo mais uma página num livro sem sentido. Perpétuo, infinito, eterno. Tão contínuo e constante como qualquer linha sem senso, nem razão. Pois faço hoje dez anos, mas serão ainda muitos mais.
Believe in me, and I’ll believe in you!
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