Sweet November, Imagem DR |
November is all I know, and all I ever wanna know.
Nelson Moss
Novembro guarda em si algo de mágico. Uma doce energia que transcende qualquer poder de descrição. Novembro é, para mim, um mês especial, um mês diferente. Não há quintas-feiras em Novembro. Apenas felicidade. O potencial de sonhar. A promessa de um novo dia. Esperança. Paz. Uma recordação. Um recomeço.
Todos os meses são Novembro. Recordo-me da primeira vez que vi o Sweet November. Era mais uma noite de Verão, como outra qualquer. A falta de sono, ou de vontade para adormecer, impedia-me de contemplar o infinito pelos interstícios da janela do meu quarto. O zapping habitual tomou lugar. Talvez procurasse um episódio perdido de Everwood, ou uma retransmissão do The Good, the Bad and the Ugly. Em vez disso encontrei o Sweet November.
Uma história de amor. Um romance trágico entre um empresário preso ao seu sucesso, sem espaço para algo que não fosse previsível ou palpável, e sem um rumo para a sua vida, e uma rapariga excêntrica que passeava cães. Uma espécie de Dharma e Greg, tivesse esta sido escrito ainda no crepúsculo do século XIX.
Nelson e Sara, protagonizados por Keanu Reeves e Charlize Theron, conhecem-se numa aula para renovarem a carta de condução. Depois de uma troca de palavras atribulada, que faz com que Sara falhe a sua possibilidade de renovar a carta, esta procura Nelson para lhe fazer uma proposta que vai mudar a vida de ambos.
Ao longo de duas horas acompanhamos o romance entre duas pessoas, opostos aparentes, mas complementares. Assistimos à história de um amor em perpétuo crescimento. À evolução de Nelson, que deixa de viver para a sua carreira para se concentrar no agora. E a Novembro. O mês que os une e cujos dias limitam a sua relação.
Um mês, apenas um mês. Eram estes os termos de Sara. Regras incompreensíveis que Nelson procurou contornar. A beleza do agora. O momento imprevisível. Derrubado pela frieza da vida, e pela incerteza de um futuro planeado por outras mãos que não as deles.
Sempre serás o meu Novembro. Uma história simples, mas profunda. Um mês partilhado por duas pessoas que nos desafiam a reavaliar o nosso próprio caminho. A mensagem é simples, dar valor ao agora, ser feliz com as pequenas coisas, amar o dia, a simplicidade do dia-a-dia, a quebrável rotina, a memória de um amor, eterno na felicidade do último instante de incrível beleza, de uma inevitável despedida.
Sweet November é o amor entre Nelson e Sara. É a história de uma cidade. É a história de um momento. É a história de um mês.
Questionado sobre qual o meu filme romântico preferido, sinto-me tentado em responder Sweet November. Uma decisão sempre difícil entre este e o Before Sunrise, mas que mantenho constante, não seja por um qualquer lapso de memória. Pois, para mim, Sweet November, não é apenas um filme, ou uma breve história. É um hino, a homenagem a um mês que me é tão próximo. Um mês que recordo com felicidade. Um mês que, se pudesse, não mais teria um fim.
Não há quintas-feiras em Novembro. O meu aniversário não é em Novembro. Por mais que goste das cores do Outono, a minha estação é a Primavera. Mas há algo em Novembro. Algo mágico que talvez apenas eu consiga ver. Se alguma vez fizesse a lista dos meus melhores dias, aqueles em que fui mais feliz, este seria o mês mais representado. Em Novembro brilho. Em Novembro volto a ser Eu. Em Novembro sei ser feliz.
De Novembro nada peço. De Novembro nada espero. Guardo apenas recordações. Deixo-me envolver pelas energias positivas com que este mês me alimenta. São trinta dias como quaisquer outros. São trinta dias especiais, diferentes, intocáveis. São trinta dias de felicidade em potencial.
Despeço-me mais uma vez de ti velho amigo. Serás sempre o meu Novembro, o meu Doce Novembro.
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