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Concluída a história de Renton e Eureka, não esperava alguma vez ver nascer uma sequela ou tão pouco um spin-off do anime. As notícias que davam como inevitável a descontinuação da Manga por parte da Bandai também não ajudaram a alimentar qualquer sonho de voltar a ver o Nirvash a surfar pelos céus. Mas, felizmente, todas as previsões provaram estar erradas com o lançamento de Eureka SeveN: AO (Astral Oceans).
Mais do que uma sequela de Eureka SeveN, Astral Oceans segue a história de Ao Fukai, filho de Eureka e Renton que após um acidente encontra-se “naufragado” com a mãe no século XXI no estado independente de Okinawa. Num mundo divido pelo controlo dos Scub Corals e pela energia que estes produzem, Ao vive nas sombras de uma complexa guerra geopolítica entre os E.U.A., o Japão, Okinawa e uma organização independente sediada na Suíça sob o nome de Generation Bleu.
A infância de Ao é manchada pelo desaparecimento de Eureka e do seu Nirvash durante um Scub Burst quando ele tinha apenas três anos. Ao permanece na ilha de Iwato Jima sob os cuidados do Dr. Toshio Fukai, amigo de Eureka, que acaba por o criar como se fosse o seu próprio filho. Aos 13 anos, Ao descobre uma nova versão do Nirvash capaz de operar sem a Compac Drive que serviu de motivo para a apresentação de Renton na história original de Eureka SeveN. Este novo LFO foi criado por Renton num futuro longínquo e responde apenas aos comandos de Eureka e de Ao.
Com o seu recém-descoberto Nirvash Ao junta-se à Generation Bleu no combate aos Secrets, robots parasitas que atacam os Scub Corals e que são capazes de causar Scub Bursts ao entrarem em contacto com os mesmos. Ao abandona a ilha de Iwato Jima e junta-se à equipa Pied Piper, a principal linha de defesa da Generation Bleu contra os Scub Corals.
Eureka SeveN: AO apresenta-se como uma sequela que desde o início se desmarca da história original. As alterações constantes à linha do tempo e a indefinição sobre a real natureza de muitos personagens tornam Astral Oceans numa versão muito confusa e atrapalhada de Eureka SeveN. Os argumentos paralelos e as histórias secundárias afastam em demasia a atenção dos espectadores. Personagens com fortes características de anti-heróis são desaproveitadas episódio atrás de episódio apenas para culminarem num final que, de certa forma, desapontou aqueles que seguiram afincadamente a série desde o início.
Astral Oceans deixa a ideia de que foi criada à pressa e com episódios a menos para a história que tinham planeado contar. Embora os primeiros episódios apresentem um enorme potencial, a partir do momento em que a linha do tempo é alterada, a história torna-se confusa e difícil de seguir. Na segunda metade da temporada o ritmo frenético com que os episódios são contados faz crer que os guionistas só se aperceberam que apenas tinham 24 episódios para contar esta história quando a produção já ia a meio.
Embora Eureka SeveN: AO se apresente como uma sequela de Psalms of Planets, a história em si é na verdade um spin-off. Temas como a relação entre Ao e Renton, a sua paixão por Naru, e o discreto triângulo amoro entre Fleur, Elena e Ao, são abordados de uma forma displicente e superficial. Os fãs que esperavam mais informação sobre o futuro do mundo de Eureka SeveN, vão ter que esperar por uma nova temporada, pois Astral Oceans apresentou esse assunto com demasiados buracos para ser capaz de contentar a curiosidade do fanático mais modesto.
Apesar dos diversos defeitos de Astral Oceans foi bom voltar a ver histórias ligadas ao Universo de Eureka SeveN, ao mesmo tempo que descobrimos novos pormenores sobre o futuro de Eureka e Renton. As novas personagens possuem um background e uma profundidade interessantes com bastante potencial para serem exploradas em futuros episódios.
Foi confirmado recentemente que Bones está a produzir uma nova temporada de Eureka SeveN com estreia marcada para este Verão. Até ao momento ainda são poucos os pormenores que se conhecem, tão pouco se pode afirmar que se trata de uma sequela de Astral Oceans ou de outra história paralela a Eureka SeveN. Até lá estarei atento às novidades, mantendo a esperança de que esta nova temporada corrija os erros da série inaugural de Ao.
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