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Eles vêm aí! Pelo menos é o que a mini-série do Discovery Channel, Dragons Are Coming, diz. Esta série encara os dragões, não como seres mitológicos, mas como possibilidades biológicas e evolucionárias.
Pessoalmente, sempre acreditei que a razão para quase todas as culturas do mundo terem uma referência a criaturas a que gostamos de chamar dragões, se devia à descoberta casual de fósseis de dinossauros. O mero tamanho de alguns destes fósseis era mais do que suficiente para assustar os locais, e fazê-los sair a correr, gritando, "Dragão! Dragão! Estamos perdidos!"
No entanto, esta série vai mais longe. Não se limita a expor, e a explicar as mais variadas teorias sobre dragões, mas assenta na "descoberta" de um espécime congelado, em perfeito estado, numa gruta de gelo, numa montanha da Roménia.
Paleontólogos são chamados para o estudar, em busca de explicações plausíveis para justificar o facto deste ser cuspir fogo, e ser capaz de voar. A ideia surge com a descoberta de um crânio de T-Rex, com marcas estranhas de garras, e – ainda mais estranho – o crânio encontra-se carbonizado. A partir desse achado supõem que os dragões tenham surgido na Era Mesozóica, tendo sido extintos juntamente com os Dinossauros, e demais seres.
Mas então espera aí. Se se encontram extintos há 65 milhões de anos, como encontraram um dragão congelado numa montanha romena? A resposta é simples, segundo eles, a espécie terrestre de apenas quatro membros, e que levou aquele T-Rex a ter um último dia bem escaldante, extinguiu-se. Mas os seus parentes aquáticos, munidos de asas vestigiais, sobreviveram à extinção.
É fácil apoiar esta tese, já que a vida marinha não foi muito afectada com esta extinção. Contudo, se os Plessiosauros, Ictiossauros e Mosassauros, se extinguiram, porque não os dragões marinhos? A esta questão eles não dão resposta, mas também, porque não haviam de sobreviver? Crocodilos e tartarugas ainda nadam pelos nossos oceanos e rios, porque não dragões?
Após resolverem o problema da extinção, explicaram o ressurgimento de uma espécie terrestre, com o abandono dos mares por parte dos dragões marinhos. Nada de especial, se os peixes de lá saíram para dar origem aos anfíbios, porque não fariam o mesmo estes seres cada vez menos mitológicos.
Partindo desse pressuposto, explicam o voo e o fogo através da descoberta de sacos de hidrogénio, e de um apetite especial por platina. "Espera aí, disseste platina?", é aquilo que estão a pensar, certo? Bem, muitos Sauropodes costumavam ingerir pedras, para os ajudar com a digestão. As próprias galinhas o fazem (com pedras bastante mais pequenas, como será fácil de imaginar). Contudo, para os dragões, a platina funciona como um catalisador, que em reacção com o hidrogénio dos seus sacos de ar, é capaz de produzir fogo.
Para ficarem com uma ideia geral, a série explica, e razoavelmente bem, que se a natureza assim tivesse entendido, podia ter criado uma espécie bem parecida com os Dragões que assolam as mais variadas lendas por esse mundo fora. Se pensarem bem, já produziu espécies bem mais bizarras.
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