Wednesday, July 21, 2010

Eurotrip... Eu vou!

Eurotrip, Imagem DR


Na próxima sexta-feira embarco à descoberta de novas aventuras pelas estradas europeias. Após a minha chegada vão poder deliciar-se com o diário da minha Eurotrip, mas até lá fica aqui o itinerário da viagem:

23 de Julho
  • Partida de Ovar (14h/15h)
  • Chegada a Aveiro e Partida para Faro (16h)
  • Chegada a Faro (22h)

24 de Julho
  • Partida para Charleroi, Bélgica (10h)
  • Chega a Charleroi (13h)
  • Partida para Colónia, Alemanha (14h)
  • Chegada a Colónia (17h)

25 de Julho
  • Partida para Haarlem, Holanda (12h)
  • Chegada a Haarlem (17h)
  • Primeira noite em Amesterdão, Holanda

26 de Julho
  • Segunda noite em Amesterdão

27 de Julho
  • Partida de Haarlem para Bruges, Bélgica (12h)
  • Passagem por Roterdão, Holanda
  • Chegada a Bruges (20h)

28 de Julho
  • Partida de Bruges para Leuven, Bélgica (12h)
  • Chegada a Leuven (15h)
  • Possível visita a Bruxelas, Bélgica
  • Primeira noite em Leuven

29 de Julho
  • Segunda noite em Leuven e possível regresso a Bruxelas

30 de Julho
  • Partida de Leuven para Charleroi (9h)
  • Chegada a Charleroi (10h)
  • Partida para Faro (13h)
  • Chegada a Faro (16h)
  • Partida de Faro para Lisboa (17h)
  • Partida de Lisboa para Ovar (21h)

31 de Julho
  • Chegada a Ovar (1h)

Durante a Eurotrip só há uma verdade universal: Scotty Doesn't Know! E apenas uma regra: O que se passa fora de Portugal, fica fora de Portugal! (Com a devida excepção aos relatos do diário de viagem).

Monday, July 19, 2010

João Moutinho, a Maçã que caiu longe da Árvore

Foto DR
Como a grande maioria dos sportinguistas, foi com surpresa que recebi a notícia da transferência de João Moutinho para o FC Porto. Dias antes tinha mesmo afirmado que muito dificilmente o, na altura, capitão do Sporting CP, alguma vez sairia de Alvalade.

Não esqueço o forte contributo que o camisola 28 deu à equipa nas últimas épocas, e reconheço a enorme qualidade que este jogador trazia ao meio-campo do Sporting CP. Contudo, desde a época 2006/07 em que os leões terminaram o campeonato a um ponto do FC Porto, que João Moutinho tem descido de rendimento. Embora continuasse a demonstrar o empenho e a maturidade características deste jogador, era de notar que algo não estava bem com João Moutinho. Já não mostrava ser o mesmo líder que nos habituou a ver em campo ao longo dos anos. Começou a falhar, a cometer erros com mais frequência, perdeu a alegria pelo jogo, chegando mesmo a parecer estagnado na sua evolução.

Talvez tudo isto se devesse à polémica proposta do Everton, no defeso de 2009, negada pela direcção do Sporting CP, apesar dos alegados 15 milhões de euros que o clube inglês ofereceu pelo passe do jogador. Mas, a verdade, é que apenas João Moutinho sabe a verdadeira razão sobre a sua clara baixa de rendimento.

Apesar da sua inegável qualidade, o camisola 28 era vítima da sua especialização. A sua elevada cláusula de rescisão, de 30 milhões de euros, ditava que apenas um grande clube como o Real Madrid ou o Manchester United pudesse resgatar o jogador aos leões, contudo, todos os grandes clubes já têm bons jogadores com qualidade igual ou superior à de João Moutinho a jogar na sua posição, o que torna desde logo inviável uma eventual contratação.

O capitão do Sporting CP corria assim o “risco” de terminar a sua carreira no clube de Alvalade, sem nunca ter a oportunidade de experimentar outros voos na Europa do futebol. Na perspectiva do jogador, compreendo que isto poderia significar o fechar de portas a uma possível evolução no futebol europeu, e ditava o definitivo afastamento da selecção.

Um jogador descontente, sem capacidade de evolução, que viu no FC Porto uma nova oportunidade para se mostrar e talvez dar o salto que tanto ambiciona. Mas fê-lo à custa de um clube, e de uma instituição, a quem ele deve tudo aquilo que é hoje. Foi no Sporting CP que nasceu para ao futebol, e foi ao serviço dos leões que conseguiu o estatuto que lhe é hoje atribuído. Apesar disso não hesitou em trair a casa que o viu crescer para aceitar um contrato milionário com um dos principais rivais e deixar o clube de Alvalade sem capitão logo no início da pré-época.

A nível financeiro, o negócio é favorável ao Sporting CP. O clube de Alvalade encaixa 10 milhões de euros mais o passe de Nuno André Coelho, um jogador bastante promissor, com uma grande margem de evolução e com mercado, e mantém ainda 25% do passe de João Moutinho. Contudo, é impensável um clube com a história e a grandeza do Sporting CP ser capaz de vender o seu capitão, com tamanha facilidade, a um dos seus principais rivais.

A próxima época dirá quem saiu a ganhar com esta novela de Verão. Embora nunca me esqueça do contributo que João Moutinho deu ao Sporting CP ao longo dos anos, é com tristeza que o vejo sair pela porta pequena para nunca mais voltar a envergar a mítica camisola verde-e-branca.

Podre ou não, João Moutinho é uma Maçã que caiu bem longe da sua árvore.

Wednesday, July 14, 2010

Everything's Gone Green

Confusion sprung up from devotion, a halo that covers my eyes, it sprung from this first estrangement, no one have I ever despised.
Everything’s Gone Green, New Order

Até ao início deste ano não acreditava que alguma vez pudesse vir a ser vegetariano, contudo a vida é cheia de surpresas e aquilo que tomamos como certo nem sempre acaba por se confirmar. Um cliché, eu sei, mas por mais que procure, estas são as únicas palavras que encontro capazes de explicar o que me aconteceu.

Gosto de acreditar que sou alguém consciencializado para com os problemas sociais, económicos e ambientais que Portugal e o resto do mundo atravessam. Pelo menos, creio estar bem informado sobre as causas das alterações climáticas e sobre os benefícios que o corte de uma alimentação baseada em produtos animais pode trazer não só para a saúde, como para o próprio planeta e para a Humanidade em geral. Contudo, mesmo tais argumentos por vezes não são suficientes para fazer alguém mudar os seus hábitos. Por mais racional que uma pessoa seja, somos controlados pelos desejos que governam o nosso subconsciente.

Foi necessário queimar-me para aprender que não devo brincar com o fogo. No início deste ano estive doente, tal forçou-me a mudar os meus hábitos de alimentação de uma forma quase radical. Além de deixar o leite e seus derivados, tive que cortar nas carnes vermelhas, fritos, bebidas gaseificadas, álcool, ovos, feijões, azeitonas, etc. Além destas restrições tive que me resignar a um autêntico cocktail de comprimidos que apenas deixei de tomar há algumas semanas. Aliado a isto subjuguei-me perante alguns conselhos de boa alimentação: beber muita água, comer sopa a todas as refeições, preferencialmente daquelas com pouca batata ou arroz, e comer pelo menos um kiwi ou uma laranja por dia. Como não gosto de laranjas, experimentei tangerinas durante uns tempos, mas cedo enjoei A solução encontrada foi então o exótico kiwi que apesar da sua acidez, é mais tolerável do que qualquer laranja.

De lá para cá tenho adequado a minha alimentação de forma aos poucos transitar para uma existência vegan, ou pelo menos próxima. Embora ainda não tenha deixado as carnes brancas, incluí algumas refeições vegetarianas no meu menu semanal e sempre que tal não é possível procuro trocar a carne pelo peixe. Ainda me sinto longe de completamente adoptar esse estilo de vida, mas como qualquer viagem começa com um pequeno passo, acredito estar num bom caminho para uma alimentação mais saudável, e para uma considerável melhoria da minha qualidade de vida.

Ao contrário do que pensava, não tenho saudades dos alimentos que deixei, já não os desejo, fazem agora apenas parte do passado. Sinto-me melhor do que alguma vez estive, sinto-me com mais energia, mais leve, mais livre. Sinto uma melhoria no meu rendimento físico e profissional. Sinto o meu mundo a ganhar um tom esverdeado, e um crescente sentimento de calma e claridade. Talvez um mero resquício das drogas que durante meses me controlaram, ou talvez seja esta a sensação de uma existência saudável.

O meu testemunho é igual ao de tantos outros e embora não deseje a ninguém as terríveis semanas de dor e agonia pelas quais passei, nem tão pouco, os meses de dormência narcótica que se seguiram, talvez não fizesse mal ao mundo passar por isto pelo menos uma vez na vida.

Quando o Universo nos dá um aviso o melhor que temos a fazer é ouvi-lo.