Friday, December 23, 2016

O Regresso da Véspera da Véspera de Natal Parte X

366 dias, 99 podcasts, 90 Segundos de Ciência, Oitchentcha e Oitcho minutos, 39 episódios de Jojo’s Bizarre Adventure, 26 bilharacos, 13 sequelas do Em Busca do Vale Encantado, 13 cêntimos de pão, um golo do Éder e 0 pencas depois, sejam bem-vindos a mais um episódio do Regresso da Véspera da Véspera de Natal, o momento mais aguardado pelos fiéis leitores deste blogue que este ano viveram esfomeados por novas publicações, e por todos aqueles cujo ódio a pencas os une nesta santa data. 

Era uma noite como qualquer outra, Jesus, o Cristo, estendia-se nas suas palhas a comer uma laranja. Uma distante luz no horizonte aproximava-se por entre as marés da praia da Nazaré, enquanto o McNamara surfava umas ondas do tamanho de montanhas.

A luz distante não era uma estrela, mas sim uma Nau, daquelas que a Nelly Furtado navegou no Estádio da Luz, numa fatídica noite em Junho de 2004. 

Jesus, McNamara e a Menina do Gás desceram até à praia para dar as boas-vindas aos estranhos viajantes que ali chegavam. “O meu nome é Pedro Álvares Cabral e ando em busca da Terra desconhecida chamada Brasil”, disse um estranho senhor em collants com uma boina bem maior que o necessário para o tamanho da sua cabeça. Estranha pelo simples facto de ser noite e não estar Sol. 

“Comprei-a nos saldos da Primark mas só havia este tamanho”, disse Cabral antes de Jesus, o Cristo, ter oportunidade de lhe perguntar o propósito daquela boina. 

Vasco da Gama, Jesus, o Jorge, Son Goku, a toalha do Eusébio, o Rei Peyroteo, e o Éder saíram do barco e juntaram-se a Cabral. Jesus, o Cristo, cuspiu as pevides da laranja e atirou a casca para a praia. “Meu, ‘tás todo virado, isto não é a terra desconhecida chamada Brasil. Tens que virar tudo para trás, passar pelo Centro Cultural, depois a casa funerária, onde vou ressuscitar passado três dias, segues, segues, dás um desvio nas Selvagens para tirar umas selfies com umas Cagarras e continuas a seguir até encontrares um tipo a dizer que algo é subjectivo.”

Son Goku sugeriu pedir ao Sexta-Feira que por ali se encontrava também, para fazer uma sopa da pedra enquanto ele se tentava lembrar de usar a transmissão instantânea para os tele-transportar para a terra desconhecida chamada Brasil.

Oitchentcha e Oitcho minutos mais tarde, enquanto Jesus, o Jorge, tentava falar espanhol com a Menina do Gás, o Rei Peyroteo passou a bola ao Éder que começou a correr para longe da baliza, enquanto Jesus, o Cristo, Vasco da Gama, Cabral, Son Goku e a tolha do Eusébio olhavam incrédulos para mais um disparate.

“Chuta daí, caralho!” Gritou o McNamara enquanto surfava o canhão da Nazaré, e como tiro de bala, Éder chutou. O resto é História. 

Naquele momento, enquanto Jesus, o Cristo, Vasco da Gama e Cabral festejavam o título europeu, limpando as lágrimas e assoando os narizes na toalha de Eusébio, Son Goku apertou a luva branca do Éder e disse a todos para darem as mãos.

“Kame-ah...”, “Pára!”, gritou Peyroteo que se acercava do grupo para relembrar Goku que não era isso que ele tinha que fazer. Son Goku comeu a sopa da pedra que o Sexta-Feira preparou e pôs dois dedos na testa. 

Segundos mais tarde, Goku, Jesus, o Cristo, Vasco da Gama, Sexta-Feira, Cabral, e a Menina do Gás encontravam-se na terra desconhecida chamada Brasil. 

Uma criatura estranha por ali se deslocava a dizer às pessoas o quão velhas elas estavam em vez de as cumprimentar decentemente. Vasco da Gama aproximou-se dele e perguntou se esta era a terra desconhecida chamada Brasil.

A figura que se apresentava por entre as brumas, era o Mindo. Da sua boca surgiram apenas três palavras: “Vasco, ‘cê tá velho”.

Isso eram quatro palavras. Sim, mas depois perdes o suspense. Os leitores vão pensar que ele ia dizer “Isso é subjectivo”. Para isso, eles teriam que já ter lido as anteriores. Ambos sabemos que isso não acontece. Tu é que não aconteces!

Depois de Vasco ficar sem palavras, Mindo, enfim, acrescentou “Isso é subjectivo”.

Uma estranha música começou a envolvê-los, vinda de uma origem desconhecida. A Menina do Gás aproximou-se de Mindo, colocou a sua mão sobre o ombro dele e começou a cantar.

“A tua gramática é péssima, o teu português é tão mau e faz-me tão triste... Nunca fazes qualquer sentido porque nunca pensas no que dizes. Nunca usaste um dicionário, porque a tua gramática é péssima. Nunca pensas que é sério ao não usares um ponto final, reprovaste a português na primária, porque a tua gramática é péssima.”

“Esta tipa fez alto rip-off do Your Grammar Sucks”, pensou Jesus, o Jorge, aliviado por não ter sido ele o alvo desta música.

Cabral, Vasco da Gama, Jesus, o Cristo e Sexta-Feira despediram-se dos restantes e voaram com Son Goku de volta a Nazaré para apanhar a Nau e a Nelly Furtado.

Jesus, o Jorge, e a Menina do Gás foram passear pela terra desconhecida chamada Brasil, onde, até hoje, ainda não viram uma única penca.

Em honra do Sagrado Chinelo, que morreu pelos nossos pecados, dediquem oitchentcha e oitcho minutos para espalhar pelo Mundo as palavras de felicidade que só um dia como o 23 consegue transmitir. Pois hoje é a Véspera da Véspera de Natal. Dêem as mãos e cantem todos comigo:

Morram Pencas, morram! Pim!  

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