Joy Division, Foto DR |
2 de Maio de 1980, a última vez que Bernard Sumner, Peter Hook, Stephen Morris e Ian Curtis se juntaram em palco. Dezassete dias mais tarde, Ian Curtis punha termo à sua vida, e não mais alguém ouviria ao vivo aquele incontrolável talento de epilepsia musical.
18 de Maio de 1980, um dia antes da viagem para os E.U.A. que levaria os Joy Division dos bastidores da pacata cidade de Macclesfield, para a ribalta da música mundial, o seu vocalista desistiu da fama, do sonho, da família, e da vida.
Os Joy Division tornaram-se naqueles que podiam ter sido, mas nunca o foram. Com a morte de Ian, a pequena banda desmoronou-se, e as suas letras caíram no esquecimento. Apenas foi preciso um ano para que surgissem os New Order, tal como uma Fénix renascida das cinzas dos “desaparecidos” Joy Division.
Estes três rapazes limparam o pó às guitarras e lançaram-se à aventura, conquistando o coração de milhares de fãs em todo o mundo. Mas, o que eles não esperavam, era que o seu velho amigo os acompanhasse neste longo percurso.
Cada vez mais os fãs apregoavam pela Love will tear us apart, envolvidos numa Atmosphere de quem tinha perdido o Control. Vinte e sete anos volvidos desde esse último concerto, e a figura de Ian está mais em moda do que alguma vez esteve.
Os poucos álbuns da banda são reeditados e postos à venda com faixas extra de performances ao vivo. Anton Corbijn, fotógrafo Holandês de renome realiza Control, filme sobre a vida de Ian, baseado no livro da sua esposa, Deborah Curtis, Touching from a Distance (Carícias Distantes). Porquê Ian? Porquê agora, tão depois da tua morte? Por que és agora relembrado?
Com a morte de Ian, os Joy Division caíram no esquecimento, passando décadas numa falsa hibernação. De repente ressurgem, e atiram os New Order para a sua sombra. Porquê acordar este gigante adormecido? Porquê agora?
Que necessidade é esta de imortalizar algo que durante tanto tempo remetemos para a escuridão? Ian cantava,”tenho que encontrar o meu destino, antes que seja tarde”, talvez seja demasiado tarde para ele, mas eis que a sua banda o encontrou, vinte e sete anos mais tarde que o previsto.
Os Joy Division estão de volta, e estão na boca, e no ouvido, de toda a gente. Tiveste que morrer como mártir Ian? Terias tudo isto planeado? Como seria a tua vida se não a tivesses terminado? Valeu a pena?
Não sei as tuas respostas. Não sei se te devo agradecer por teres dado espaço para os New Order renascerem. Não sei que te dizer. Apenas sei que, seja lá porque o fizeste, jamais serás esquecido.
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