Hoje foi o primeiro dia do resto da minha vida, tal como amanhã o será, e como ontem já o foi. É um pouco estranho estar a escrever sobre o dia 15 de Agosto de 2006 a cinco horas do fim deste mesmo dia.
Este dia começou como normalmente começa. Era meia-noite e estava a fazer zapping. Quando cheguei ao canal 46, que corresponde ao Lusomundo Gallery, vi que estava a dar o Moulin Rouge. Decidi rever o filme, mas não antes de fazer um novo zapping para ver se não estava a dar outra coisa que ainda não tivesse visto na última semana.
Vi o Moulin Rouge, deixando-me envolver pela já habitual onda de emoções que culmina na última cena, enquanto ceava cereais com leite. O resto da noite correu normalmente. Deitei-me por volta das duas da manhã depois de ver um episódio de Two and a Half Men na RTP1, e de ter feito mais alguns minutos de zapping. Custou-me um pouco adormecer, como já tem sido hábito. Tive ainda tempo para pensar na minha contínua busca por um amor trágico – a culpa é do Moulin Rouge.
A manhã começou num instante. Num instante eram oito e cinco da manhã e o meu despertador estava a tocar. Noutro, era meio dia e meia, e estava a chegar a casa depois de duas horas passadas na praia da Torreira.
Não fiques a pensar que foi apenas isso que aconteceu. Vou agora mergulhar nos pormenores. Eram oito e cinco, e o despertador começou a tocar. "Levanto-me ou não?", era a única pergunta que assolava a minha mente. Parei para pensar e ouvi a música que estava a dar na RFM. Não me lembro da música, mas decidi ficar a ouvir. Duas ou três músicas depois, carreguei no botão de snooze e voltei a adormecer.
Por volta das nove, depois de várias outras músicas, e de carregar incessantemente no snooze, lá decidi levantar-me. Quando cheguei cá abaixo vi que alguém se tinha esquecido de deixar a chave da outra casa. Por sorte, as chaves do carro estavam ali e consegui abrir a porta da cozinha. Depois disto, foi só atravessar o quintal e esperar que alguém estivesse acordado para me abrir a porta.
Este contratempo até seria suportável, não estivesse um frio incomum para estes dias. Após abrirem a porta, fui-me arranjar e aproveitei o intervalo para ligar o PC. Quando o liguei aconteceu algo inédito. Não tinha um sequer contacto on-line no meu MSN Messenger. Nem um.
Fiz um print screen da situação, pois duvido que alguma vez esta se volte a repetir. Fiquei assim a saber que fui o único madrugador deste dia – embora fossem já nove e trinta e sete – ou o único com motivos para ligar o PC.
Depois desta aventura cheia de espanto, emoção e acção – com isto, quero dizer sono, frio e espanto, sim, espanto, afinal qual é o dia em que se liga o PC e não se tem um único contacto on-line? – lá parti para a Torreira.
A viagem foi calma. Fiquei na praia até ao meio-dia. Estava bom tempo, apesar do vento e das nuvens insistirem em encobrir o Sol de vez em quando. Ainda joguei uma partida de solitário, olhei para o mar, e para a praia quase deserta – não é costume, mas como era de manhã, é normal que ainda estivessem todos a dormir – e decidi regressar a casa.
Em casa, almocei, vi um pouco de TV, e vim aqui ao PC fazer uma coisa ou outra. Entretanto, estive a ver a Volta a Portugal, e a consagração de David Blanco da Comunitat Valenciana como o vencedor da prova. Estava à espera que fosse o João Cabreira da Maia Milaneza, mas não se pode ter tudo.
Quanto ao resto do dia, apenas sei que vou apanhar umas boas quatro a cinco horas de seca. A minha mãe decidiu convidar os seus irmãos todos. Vou ter que aguentar mais um daqueles jantares de família, em que me encontro a viajar para um lugar distante. Longe desta gente toda. Acho que o ponto alto do meu dia foi mesmo a manhã. Depois disto, é sempre a descer.
P.S.: É amanhã que sai a reapreciação do exame de Química da primeira fase. Espero bem que me devolvam os quinze euros que paguei. De resto, duvido que me subam muito, ou o suficiente para ultrapassar a nota da segunda fase. Mas, como se costuma dizer, a esperança é a última a morrer.
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