Saturday, February 18, 2006

Aulas e mais aulas, e mais aulas...

Era uma vez, em tempos que já lá vão, D. João II estava sentado na sua corte, à direita de seu pai. Nessa manhã, Jesus tinha-lhe visitado com uma intimidação avisando que o ia processar por violação de direitos de autor.

Tal pouco afectou el-Rei, que até ficou maravilhado com a performance musical, que o Messias lhe presenciou. “Digna de Broadway”, pensou ele. Seja lá o que isso for, quando for inventado, pois ainda não o foi. Mas el-Rei lá sabe que o será.

Jesus não foi a sua única visita. Após o cenário ter sido levantado, Cristóvão Colombo veio pedir-lhe fundos para viajar em busca da Índia e um adiantamento do seu registo de nacionalidade Portuguesa, pois a Selecção tinha um compromisso muito importante com a futura selecção Brasileira, e ele era preciso para os escravizar antes que o Ronaldinho conseguisse chegar à área.

D. João II não gostou da conversa e mandou-o ir dar uma volta ao bilhar grande, seja lá isso o que for. Colombo partiu assim para as docas onde viu Vasco da Gama na conversa com o Infante D. Henrique. Planeavam uma maneira de jogar ao berlinde com cubos de vidro em vez de esferas. Colombo achou a ideia de génio, mas a ideia de ir para a Índia de Nau, ainda lhe agradou mais.

Estando os dados lançados, Vasco da Gama partiu para a Índia e Colombo pediu um táxi para o seguir, pagando 15 euros, seja lá o que isso for, pela boleia das docas até ao mar. Lá construiu uma Nau com os pinheiros do pinhal de Leiria, que estavam, convenientemente, por ali ao acaso. Colombo terminou a construção da Nau e partiu no encalço de Vasco da Gama, que já lhe levava algumas milhas de avanço. Dias foram-se passando, até que num dia de nevoeiro denso, onde anos mais tarde D. Sebastião se irá perder, Colombo optou por virar à direita acabando por atingir uma terra desconhecida, chamada Brasil, que este pensou ser a Índia. Mal chegou, entrou em contacto com os locais.

“Então isto é que é a Índia?”

“Não cara! Isto é o Brasil, a Índia fica pra aquele lado.”

“Hmm... Quem sois vós?”

“Eu sou o Sexta-Feira, não sei o que faço aqui. Este cara aqui é o Mindão, foi ele que subjectivamente me ensinou a falar assim, sabe...”

Deparado com uma figura que não se parecia com nada, Colombo assustou-se e voltou para Portugal, entrando no Estádio da Luz para pedir ao Luís Filipe Vieira que abanasse as orelhas e que pedisse ao Bin Laden para lhe emprestar antraz para ele poder conquistar a terra desconhecida chamada Brasil. Mas, pobre coitado, Colombo teve que se contentar com umas gripes e uns sarampos.

Do outro lado do mundo, Vasco da Gama já tinha chegado a Moçambique, onde contratou o Eusébio para o Sporting, e teve uma longa conversa com Sexta-Feira (que tinha apanhado um voo da TAP no dia anterior) sobre o seu novo jogo de berlindes. Sexta-Feira achou a ideia interessante, e até lhe indicou o resto do caminho que Vasco da Gama ainda tinha que fazer para chegar à Índia.

Despedindo-se de Sexta-Feira, e com o Eusébio a bordo, Vasco da Gama partiu em busca da Índia, passando o caminho todo a falar do encontro com o Mostrengo, e da maneira com que ele conseguiu convencer o mesmo a baixar as suas expectativas. Aproveitando um momento de maior emoção para lhe espetar com a pontinha da Nau no olho, fazendo-o contorcer em dor, enquanto Vasco, Jesus, os sete anões, Camões, e a miúda do gás, fugiam para a segurança do mar aberto.

Passaram-se meses e até mesmo dias. Quando Vasco da Gama finalmente encontrou a Índia, lá estava o Sexta-Feira à beira de uma placa que dizia Bem-Vindo em 7 línguas diferentes. Vasco da Gama cumprimentou o amigo e foi ao Modelo mais próximo comprar especiarias e umas pilhas AAA para o comando da televisão de el-Rei.

Apesar da oferta de Sexta-Feira lhes dar boleia no seu tapete mágico, Vasco e os 12 magníficos seguiram viagem de regresso a Portugal, onde, à chegada, lembraram-se que se tinham esquecido do passe internacional do Eusébio, obrigando este a ficar 462 anos à espera na alfândega. Tragédia que acabou com ele a tornar-se no novo reforço do Benfica.

E foi assim que naquele dia Sexta-Feira inventou o jogo do berlinde, aparando os cubos e transformando-os em esferas.

Fim.