Thursday, November 14, 2013

As Terras do Meu Verão

Foto: Janela em Belmonte; Autor: Adriano Cerqueira
Portugal
  • Albergaria-a-Velha (Transbordo)
  • Arada (Produção “No Rumo Certo”)
  • Aveiro (Compras&Utilidades, Visita)
  • Belmonte (Almoço, Visita)
  • Cascais (Visita)
  • Covilhã (Residência, Visita)
  • Espinho (Cinanima, Visita)
  • Estarreja (Visita, Concerto Luísa Sobral)
  • Lisboa (DocLisboa, Visita)
  • Porto (Aeroporto, Compras&Utilidades, Festival da Francesinha)
  • Marinha (Festival da Francesinha, Produção “No Rumo Certo”)
  • Miramar (Almoço)
  • Oliveira de Azeméis (Visita)
  • Santa Maria da Feira (Feira Medieval)
  • São Jacinto (Praia)
  • São João da Madeira (Cinema, Compras&Utilidades)
  • São João de Ovar (Produção “No Rumo Certo”)
  • São Vicente de Pereira (Produção “No Rumo Certo”)
  • Torre (Visita)
  • Torreira (Visita)

Reino Unido
  • Londres (Estadia, Visita)

  • Abbey Road
  • British Museum
  • Buckingham Palace
  • Camden Town
  • Green Park
  • Harry Potter Platform 9 3/4
  • Her Majesty’s Theatre (The Phantom of the Opera)
  • Houses of Parliament
  • Hyde Park
  • Lambeth North (The Steam Engine)
  • London Eye
  • King’s Cross
  • M&M’s World
  • Museum of Natural History
  • Notting Hill
  • Piccadilly Circus
  • Portobello Road
  • Royal Albert Hall
  • Science Museum
  • St. James Park
  • Tate Modern
  • Thames River Cruise
  • Tower Bridge
  • Tower of London
  • Trafalgar Square
  • Victoria Station
  • Westminster Abbey

  • Stansted (Aeroporto)

Thursday, November 07, 2013

Difícil simples gesto de Amar

Foto DR
The Beatles, they had it all figured out, okay? 'I Want to Hold Your Hand.' The first single. It's effing brilliant, right?... That's what everybody wants... They don't want a twenty-four-hour hump sesh, they don't want to be married to you for a hundred years. They just want to hold your hand.

Rachel Cohn, Nick & Norah's Infinite Playlist

Encontro-me, por vezes, a pensar sobre os valores que fomos esquecendo. Escondidos por trás de um véu de conformismo paradigmático. De uma liberdade ilusória que nos encaminha para a solidão. Os Beatles acertaram logo no início. Apenas queremos dar a mão. Um gesto tão simples, tão profundo, tão doce, tão carinhoso, tão inocente, tão vulnerável. Um gesto tão real, hoje banalizado como o vazio de Amor de um romance promíscuo e efémero.

Damos a mão. Mas não sabemos amar. Esquecemo-nos. Gritámos por liberdade. Por uma sociedade sexual. Aberta. Sem tabus. Conseguimo-lo. Libertámo-nos. Mas esquecemo-nos de amar.

É comum vermos online uma foto de um casal de idosos, juntos há mais de 75 anos. A mensagem, traduzida ou não, é sempre a mesma. Um repórter pergunta ao senhor qual o segredo da longevidade do seu casamento. Ele responde, “no nosso tempo quando algo se partia, arranjávamos, não deitávamos fora.”

Hoje, é raro isso acontecer. É mais fácil desistir perante a primeira adversidade, do que trabalhar sobre o assunto, e encontrar uma solução para a ultrapassar. É comum ver um casal a separar-se mal esbarram contra a primeira barreira. Seja por falhas de comunicação, ou desinteresse. Por um exagerado facilitismo, ou ausência de motivação. Por falta de entrega. Por promiscuidade. Por serem demasiado liberais. Ou, por simplesmente, não se estarem para se chatear. Usam-se, e deitam fora, como uma pastilha elástica que já perdeu o sabor.

Não é suficiente dar as mãos. Saltam de uma amizade com benefícios para a seguinte. Dizem “amo-te” se for necessário. Mas não amam. Não fazem amor. São apenas dois corpos a saciarem-se. Dois corpos que não comunicam. Que se desapegam, culminado o seu prazer. São dois. Nunca um. São sexo. Nunca amor.

Não condeno one night stands. Nem tão pouco coloridas amizades, benéficas de mútuos acordos, tão mecânicos e impessoais, que não conseguem ser mais profundos que uma mera visita às Finanças. Não condeno a liberdade sexual. É um direito nosso. Um direito de experimentar diferentes formas de prazer, de nos explorarmos a nós próprios. De nos conhecermos melhor.

Condeno sim, a banalização do Amor. Condeno esta aparente apatia pela perda de um valor base. De algo que define a nossa própria existência. De algo que dá sentido à vida. De algo tão indescritível, de tanto bem que nos faz. Condeno o esquecimento da importância de amar. De sacrifício. De ultrapassar obstáculos. A dois, como um. Condeno a proliferação de uma vida a sós, eternamente promíscua e desprovida de compromisso.

“Não queremos uma sessão de 24 horas de sexo. Não queremos estar juntos até aos cem. Queremos dar as mãos.” Sentir o afecto um pelo outro. Amar. Saborear este pequeno momento. E, de mãos dadas, ultrapassar todos e quaisquer obstáculos que encontramos pelo caminho.

Amar é assustador. É uma entrega total. Impossível de explicar, mas fácil de compreender. Nem todos somos capazes de o fazer logo desde o início. Embora nasça connosco, precisamos de crescer para sermos capazes de o ouvir. Algo que era tão fácil na nossa infância, mas que esquecemos na adolescência. Todos. Cada um a seu ritmo. Aprendemos a amar. Aprendemos a nos entregar a quem amamos. Aprendemos a aceitar o Amor de braços abertos. A arriscar. A sermos felizes.

Não podemos sucumbir ao medo. À mágoa. À possibilidade de um desgosto. É natural temer pela incerteza do futuro. Mas esqueçamos isso. Apenas queremos dar as mãos. Os dois. Apenas queremos amar. A dois. Apenas queremos este momento. Para nós. Mas hoje, apenas queremos dar as mãos.

And when I touch you I feel happy inside, it's such a feeling that my love... I can't hide. You got that something, I think you'll understand. When I say that something, I want to hold your hand.

The Beatles, I Want To Hold Your Hand