365 dias depois volto a encontrar-me no mesmo dia, que há 365 dias atrás foi tema de reflexão. Muita coisa mudou, o blogue já não é o mesmo, nem o teclado em que escrevo, ou o monitor para que olho, são os mesmos de há 365 dias atrás. Mas 365 dias passaram e neste dia volto a encontrar-me.
Já sei o que são pencas, pencas e não só. Há alguns meses que habito na Invicta – não propriamente, mas viajo para lá quase todos os dias –, pouco ou nada tenho para relatar, mas vamos lá pensar naquilo que interessa. Que é feito do dia 23 de Dezembro? É véspera de Consoada. Rejubilemos irmãos, a festa vem aí.
“Festa?!”, perguntam as vozes dispersas no vazio insonoro.
“Sim, Festa de Natal. Já nasceu o Deus Menino que vem aí para nos salvar.”
“E morrer pelos nossos pecados!”, diz alguém distraído que vinha por aí a caminhar.
“O quê? Morrer pelos vossos pecados? Adeusinho, vou nascer noutro dia!”, disse Jesus no ventre de Maria.
E de repente questiono-me, “De onde veio este diálogo?” Fica a pergunta no ar, para de seguida ser esquecida. É dia 23, já dizia D. Afonso Henriques enquanto castigava a sua mãe.
Ó 23 esquecido no tempo, são tuas as lágrimas de Portugal. E ao som da Mrs. Robinson, perguntam-me vocês, “Isso não era do Pessoa? E porque raio ‘tás a falar do 23? Que têm os filhos do Michael Jordan a ver com a situação dos refugiados no Chade? Por que José Veiga ainda não está preso? Quem sou? Que faço aqui? Mas agora cantas Fado? Qual é a piada de fazer várias perguntas sem sentido? E de as pôr seguidas? Sem qualquer correlação?” Ups, acho que esta última não levava ponto de interrogação.
Mas a mensagem aqui é clara: Celebrem o 23, que também o merece, ou não fosse esta a véspera da véspera das vésperas!
Morram Pencas, morram! Pim!