O primeiro pensamento que vai passar pela cabeça de todos aqueles que lerem isto é: este tipo tem demasiado tempo livre. Neste caso, mais do que não ter nada que fazer, foi a vontade de procrastinar as minhas tarefas com algo que me entretivesse durante um bom bocado, que falou mais alto.
É raro conhecermos alguém que não tenha conta no facebook. De todas as pessoas com quem convivi ao longo dos últimos anos, apenas consigo nomear quatro que continuam a resistir a esta rede social. Algumas chegaram mesmo a cancelar as suas contas, voltando mais tarde a criá-las novamente.
Seja por motivos profissionais, ou apenas para manter um certo estatuto de acompanhamento continuado da actualidade social, mantemo-nos ligados ao facebook. Esta rede social passou de um dia para o outro a ser um espelho da nossa vida, um diário aberto ao mundo, um ponto de encontro para amigos e colegas e uma forma de reencontrar pessoas e de reatar laços há muito desenleados.
Decidi então analisar o meu facebook e descobrir quem são os meus “amigos” nesta rede social. Actualmente tenho 469 “amigos”. Para alguns, um número exagerado, para outros apenas uma fracção insignificante quando comparado com perfis que chegam aos cinco mil seguidores. Para mim é um número simpático que podia ser bem menor, fosse eu um dia lembrar-me de separar o trigo do joio.
Mas vamos lá aos números. Como podem ver pelo gráfico, dividi os meus seguidores pela forma ou pelo local onde os conheci. Os 31 perfis catalogados como “Organizações” referem-se a perfis de pessoas que não são pessoas, mas sim organizações, associações e empresas que ainda não aprenderam a criar páginas no facebook. Algumas são relativamente antigas, outras apenas adicionei por cortesia para com os seus membros.
Gráfico: Análise Facebook Friends |
A categoria “N/a” representando 17,7% (ou 83 perfis) dos meus seguidores, agrega todos aqueles que embora sejam meus “amigos” no facebook, nunca os conheci pessoalmente, nem tão pouco falei com eles. Oitenta e três pessoas que por um motivo ou outro me enviaram convite de amizade e eu aceitei, mas que não mais voltaram a interagir comigo.
A ocupar cerca de 7% dos meus seguidores, com 33 membros, a categoria “Internet” identifica as pessoas que conheci pela net, fosse através de fóruns, chats ou redes sociais e que posteriormente acabei mesmo por conhecer pessoalmente.
Local | N.º | % |
---|---|---|
Licenciatura | 145 | 30,92 |
Experiência Profissional | 70 | 14,93 |
Mestrado | 33 | 7,04 |
Internet | 33 | 7,04 |
Liceu | 30 | 6,40 |
Amigos de Amigos | 23 | 4,90 |
Formação | 17 | 3,62 |
Família | 2 | 0,43 |
Viagem | 2 | 0,43 |
Organizações | 31 | 6,61 |
N/a | 83 | 17,70 |
As restantes categorias falam por si. Em destaque está a categoria “Licenciatura”, com 145 membros, a representar quase um terço do meu total de “amigos” no facebook. No lado oposto da tabela estão as categorias “Família” e “Viagem” – que representa as pessoas que conheci em viagem –, com dois membros cada. Não é que eu tenha uma família pequena, mas a maioria deles não se aventura muito pela Internet.
Além destes 469, tenho mais 48 convites pendentes. A maioria são de pessoas que não conheço, sem amigos em comum, e de organizações que ainda não descobriram as facebook pages. Ouvi há meses um rumor de que o facebook ia terminar com os perfis que não fossem de pessoas reais. Mas pelos vistos, não passou de um rumor.
A título de curiosidade os meus “amigos” no facebook são compostos por 323 (68,87%) mulheres, 115 (24,52%) homens e 31 (6,61%) empresas e organizações.
Se retirar as empresas e as pessoas com quem nunca falei da equação, o meu facebook passaria a ter apenas 355 seguidores. Óbvio que destes todos apenas posso chamar verdadeiramente de amigos a uma pequena percentagem. Contudo, não deixa de ser engraçado ver a quantidade de pessoas que passaram pela minha vida, por mais breve que tenha sido o meu contacto com elas. Claro que ainda há inúmeras pessoas que por um motivo ou outro não pertencem aos meus “amigos” do facebook. Ora por não terem perfil nesta rede social, ora por terem escolhido não aceitar os meus pedidos ou por terem posto fim à nossa amizade facebookiana.
No fim de contas, como se costuma dizer em futebolês, só faz falta quem cá está. E isto das redes sociais não é mais do que uma brincadeira com a qual ocupamos o nosso tempo livre ou a quem recorremos quando nos apetece deixar para amanhã o que podíamos ter feito hoje.