Asteróide 2005 YU55, Foto DR |
Por volta das 23h30 desta noite o asteróide 2005 YU55, com 400 metros de diâmetro, vai rasar a Terra a uma distância de 324.600 quilómetros, distância menor que a que separa a Lua do nosso planeta (384.000 km). Embora esta notícia não seja alvo de uma forte cobertura mediática, despertou em alguns cépticos um certo sentimento de apreensão, impulsionado por um alegado teste das transmissões de emergência dos media norte-americanos, que a FEMA (Federal Emergency Management Agency) tem programado precisamente para hoje.
Apesar deste sentimento não passar de uma preocupação desmedida, refutada pela comunidade astronómica mundial, não deixa de ser interessante ponderar sobre as eventuais consequências do impacto de um asteróide de grandes proporções no nosso planeta. Nestas situações é comum referir-se o asteróide de 10 km de diâmetro que caiu na Península do Yucatan (México) há cerca de 65 milhões de anos atrás, até hoje indicado como um dos principais responsáveis pela extinção dos dinossauros.
O que aconteceria então se o 2005 YU55 atingisse a Terra? Embora não tenha tamanho suficiente para causar um Evento de Nível de Extinção como aquele que caiu no México no final do período Cretácico, seria capaz de causar elevados estragos a uma escala global, dependendo da zona que fosse atingida.
Com fortes probabilidades de colidir numa zona marítima, visto o nosso planeta ser 70% coberto por água, causaria enormes tsunamis capazes de arrasar países inteiros, fazendo desaparecer linhas costeiras por completo. Mesmo regiões mais interiores a largas dezenas de quilómetros da zona de rebentação seriam afectadas pela fúria das águas.
Um impacto em terra teria resultados catastróficos, capaz de destruir uma região inteira e arrasar cidades, tornando inabitável toda a zona em volta. Mas as consequências em curto prazo não são nada em comparação com aquilo que a Humanidade teria que viver a seguir. Dependendo da zona atingida pelo asteróide, são diversas as consequências a longo prazo para a vida no nosso planeta.
Desde uma camada de poeira fina a cobrir a nossa atmosfera durante anos, a extensos invernos nucleares, causados por um abrupto aumento do efeito de estufa, nenhum cenário abonaria qualquer tipo de esperança para a manutenção do nosso nível de vida actual. Às incontáveis mortes causadas por fome, doença e exposição ao frio, há que acrescentar o racionamento de água e alimentos e a supressão de muitos dos direitos de uma sociedade democrática.
Como iria reagir a Humanidade a esta situação? Veríamos a luta pela repartição de recursos incrementar os conflitos entre os países? Seríamos solidários uns com os outros? Estaríamos prontos para dar a mão ao próximo sem nos preocuparmos connosco? Felizmente, não teremos que responder a estas perguntas tão cedo. Contudo, não deixa de ser irónico que embora sejamos mais evoluídos tecnologicamente que os nossos antepassados, continuamos a ser tão ou mais vulneráveis que os dinossauros quando confrontados com os desígnios do Universo.
Se o Mundo acabar hoje? A única certeza que temos é que por mais informados que estejamos nada nos poderá preparar para uma catástrofe de tamanhas proporções.
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