Tuesday, December 31, 2024

As Terras do Meu Verão

Foto: Paleokastritsa (Corfu, Grécia); Autor: Adriano Cerqueira

Portugal

  • Albergaria-a-Velha (Rede Expresso)
  • Amadora (Residência)
  • Amora (Compras&Utilidades)
  • Aveiro (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Braga (Entrevistas 90 Segundos de Ciência e SciComPT)
  • Coimbra (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Covilhã (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Elvas (Visita, Almoço e Jantar)
  • Faro (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Gondomar (Almoço de Natal)
  • Guimarães (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Janeiro de Cima (Estadia)
  • Lisboa (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; NOS Alive; Apresentações de Eureka! e Fim do Mundo em Cuecas na Feira do Livro; Sessão de autógrafos na Festa do Livro de Belém)
  • Loures (Compras&Utilidades)
  • Oeiras (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Trabalho)
  • Odivelas (Compras&Utilidades)
  • Ovar (Residência; Jantar de Natal)
  • Porto (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Apresentação Eureka! na Mostra Nacional de Ciência; mesa-redonda YouNDigital)
  • Matosinhos (Compras&Utilidades)
  • Santa Maria da Feira (Almoço, Jantar, Compras&Utilidades)
  • São João da Madeira (Compras&Utilidades)
  • Sesimbra (Jantar)
  • Sintra (Praia; Visita)
  • Torreira (Visita)
  • Vila Fernando (Estadia)
  • Vila Nova de Gaia (Apresentação Fim do Mundo em Cuecas, Compras&Utilidades)

França

  • Toulouse (Visita, Cité de l'espace)

Grécia – Corfu

  • Achilleion (Visita)
  • Antipaxos (Visita, Blue Cave)
  • Bella Vista (Visita)
  • Benitses (Estadia)
  • Corfu (Visita)
  • Gaios - Paxos (Visita e Praia)
  • Lakones (Visita e Almoço)
  • Paleokastritsa (Visita, Blue Eye Cave)
  • Reino Unido
  • Birmingham (Aeroporto)
  • Wolverhampton (Estadia, Compras&Utilidades)

Escalas

  • Barcelona – Espanha
  • Bruxelas – Bélgica
  • Zurique – Suíça

Monday, December 23, 2024

O Regresso da Véspera da Véspera de Natal Parte XVIII

366 dias, 237 entrevistas, 90 Segundos de Ciência, 26 Bilharacos, mais de três mil anos de “Eureka! As Descobertas Que Mudaram o Mundo”, quatro cortes nas taxas de juro, um litro de azeite no joelho, e 0 pencas depois, sejam bem-vindos a mais um episódio do Regresso da Véspera da Véspera de Natal, a tradição anual mais aguardada pelos fiéis seguidores da Igreja Universal do Sagrado Chinelo, e por todos aqueles cujo ódio a pencas os une neste santo dia.

Anteriormente em A Véspera da Véspera de Natal:

“É o Mindo! Ele está vivo. Está a comer queijadas com o Eça de Queiroz, mas está vivo!”

“Grande Scott Pilgrim, esqueci-me de calcular para o peso destes passageiros. Estamos no sítio certo mas o carro perdeu óleo.”

Depois:

Mindo, o Capitão Iglo e a Menina do Gás entram no Punto GT e juntam-se aos restantes. Doc, o Brown, coloca as coordenadas para o presente, desta vez sem se esquecer de calcular o peso do Mindo e da toalha de Eusébio.

O alfa arranca e começa a empurrar o Punto GT. Jesus, o Cristo, que por ali descansava já fora das suas palhas, vê o Punto GT desaparecer numa bola de raios, coriscos, e secretos de porco preto.

Ao seu lado, a figura imponente com um casaco de cabedal e óculos de sol aparece por entre as sombras da floresta e toca no seu ombro.

“O Mindo foi sinalizado como alvo para exterminação, vem comigo se quiseres que ele viva”.

Entretanto, no Punto GT, o Capitão Iglo, a Menina do Gás, Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma, Mindo, Doc, o Brown, e a toalha de Eusébio estão a ser empurrados pelo alfa.

“Quando é que chagamos aos oitochentcha e oitcho?”, grita Jesus, o Jorge, abalado pelas vibrações do Punto GT.

Raios, coriscos, e secretos de porco preto começam a envolver o veículo à medida que o ponteiro se aproxima dos 90. Um curto-circuito – daqueles eléctricos, não o que dá na SIC Radical (sim, ainda dá, não o cancelaram depois do Alvim e do Unas saírem de lá) – como estava a dizer, um curto-circuito atinge o capacitador de fluxo.

“Grande Sco…” mas antes de terminar a palavra Doc, o Brown, Mindo, a Menina do Gás, os restantes passageiros, e o Punto GT desaparecem de vista.

Horas mais tarde Mindo desperta no colo de Jorge, o Palma, envolto na toalha de Eusébio. Estão ainda dentro do Punto GT mas algo parece diferente.

“Isto é subjectivo”, diz Mindo com o arraste de voz de alguém que acabou de acordar com uma enorme dor de cabeça.

À sua volta está uma floresta não muito diferente daquela que existia em torno do Ramalhete mas nem o alfa, nem a linha de comboio, nem as queijadas, nem as soirées, por ali se encontravam.

“Um curto-circuito abalou o capacitador de fluxo e viemos parar ao destino errado. É o que dá usares óleo de mistura em vez de girassol, Doc”, explica o Capitão Iglo olhando para Doc, o Brown, com ar de quem não vai partilhar o último douradinho com ele.

“Destino, não. Data errada. E se queres vai tu comprar o óleo que nem com os descontos de Natal do Continente eu tenho dinheiro para pagar isso”, responde Doc, o Brown.

“Onde… Quando viemos parar?”, questiona a Menina do Gás.

Jorge, o Palma, procura por uma garrafa de uísque para com quem ter uma conversa já que Jesus, o Jorge, ainda não decidiu que pronúncia de portunhol melhor se adequa à sua situação.

“33”, responde Doc, o Brown.

“Há 33 anos? Estamos em 1991? Mais um pouco e podíamos ir visitar a Expo 97”, diz a Menina do Gás.

“Sempre quis ir ao Tripanário”, responde o Capitão Iglo.

“Antes fosse, mas não. Estamos no ano 33. O Ramalhate. Não. Pior. As queijadas ainda não foram feitas e o pessegueiro de D. Marcelo, o Afecto ainda não foi plantado”, suspira Doc, o Brown, levando as mãos à cabeça em desespero.

Jorge, o Palma, desiste de procurar um uísque para com quem ter uma conversa e pergunta a Doc, o Brown, se não podiam simplesmente usar o Punto GT para regressar para o presente.

“Consigo reparar o capacitador de fluxo mas o Punto GT continua sem óleo e o próximo alfa só volta a passar daqui a dois mil anos”

“Ano trinte e três? Conheço um tipo que é capaz de nos ajudar”, diz Jesus, o Jorge, que perante o desespero da situação decide ser eloquente. “Temos só um problema”, acrescenta.

“Qual?”, pergunta Doc, o Brown.

“Ele vive na Galileia e segundo me lembro é por esta altura que o vão tirar das suas palhas”.

Uma esfera de raios, coriscos, e cebolada de moelas, aparece de repente próxima do Punto GT. Dentro dela está a figura imponente com um casaco de cabedal e óculos de sol.

“Não devias estar nu?”, pergunta a toalha de Eusébio.

“Isso é subjectivo”, exclama Mindo ainda zonzo e triste por não encontrar nenhum íman por ali perto.

“Venham comigo se quiserem regressar ao presente”, exclama a figura imponente esticando a mão.

A esfera de raios, coriscos, e cebolada de moelas, expande. Mindo, Jesus, o Jorge, a Menina do Gás, e o Capitão Iglo, aceitam o convite, deixando Doc, o Brown, Jorge, o Palma, e a tolha de Eusébio para trás para finalizarem as reparações no Punto GT.

A esfera envolve o grupo e transporta-os para a Galileia onde um jovem Jesus, o Cristo, estava a acabar de montar uma mesa do Ikea para um cliente.

“Trouxeste-me as queijadas?”, pergunta Jesus, o Cristo, ao aperceber-se da presença da figura imponente com um casaco de cabedal e óculos de sol.

“Esqueçeram-se-mas”, responde o Capitão Iglo, piscando o olho a Mindo.

“Eu pedi-te para relembrares o Eça antes de voltares”, diz uma voz do interior da casa. Na porta está Jesus, o Cristo, o actual, não o jovem, Fernando Pessoa e os seus heterónimos.

“Isto é demasiado ai Jesus para a minha cabeça”, suspira a Menina do Gás confusa com a presença dos heterónimos e com os dois Jesuses à sua frente.

Uma carrinha dos Pregos Garcia passa por ali sem parar e a fazer sinais de luzes.

“Está quase na hora de ires para o jardim”, diz Jesus, o Cristo, o actual, a Jesus, o Cristo, o jovem.

“Porque é que a carrinha diz que tem dois mil anos de garantia se estamos no ano 33?”, pergunta Jesus, o Jorge.

“Quando encontras um slogan que funciona não vale a pena mudar”, responde Fernando Pessoa e os heterónimos.

“Estamos a ficar sem tempo”, reforça a figura imponente.

“Ok, ok. Já percebi que não me trouxeram as queijadas mas como combinado transformei este vinho em azeite”, responde Jesus, o Cristo.

“Não era suposto ser água?”, pergunta a Menina do Gás.

“Não, Doc, o Brown, pediu azeite. Era mais fácil transformar em vinagre, mas enfim, eu gosto de desafios.”

A figura imponente segura no garrafão de azeite e reactiva a esfera de raios, coriscos, e cebolada de moelas. Jesus, o Cristo, Mindo, a Menina do Gás, o Capitão Iglo, Jesus, o Jorge, Fernando Pessoa e os seus heterónimos entram na bolha.

Na estrada Virgílio e Dante passeiam em direcção a Jerusalém para perguntar sobre a situação política em Florença.

“Isso é subjectivo” grita Mindo, antes que qualquer um possa abrir a boca. E tão rápido como chegou, Mindo e o seu grupo desaparecem de vista.

De regresso ao Punto GT, Doc, o Brown, finaliza as reparações no capacitador de fluxo.

A esfera reaparece e dentro dela regressa Mindo e o seu grupo, agora com Jesus, o Cristo, Fernando Pessoa e os seus heterónimos.

A figura imponente despede-se deles e reinicia a esfera.

“Espera. Não tinhas dito que o Mindo foi sinalizado como alvo para exterminação?”, pergunta Jesus, o Cristo, ora nas palhas estendido, ora nas palhas deitado.

“Quando regressarem ao presente perguntem a Vasco da Gama para vos levar ao pessegueiro de D. Marcelo, o Afecto na sua nau espacial. Explicarei tudo lá”.

“Como é que vamos meter toda esta gente no carro?”, pergunta Jorge, o Palma.

“Fernando Pessoa e os heterónimos vão na mala, os restantes vão ter que ir ao colo uns dos outros”, responde Doc, o Brown, finalizando as reparações do capacitador de fluxo.

“Não é óleo de girassol mas deve chegar”, diz o Capitão Iglo depois de despejar o garrafão de azeite no depósito do carro.

“Usaste o cupão de 10%?”, pergunta Jesus, o Jorge, a Jesus, o Cristo, enquanto este abre a app do Continente para fazer recuperar cupões.

Doc, o Brown, regressa ao volante do Punto GT e introduz as coordenadas para o presente. Mindo, o Capitão Iglo, a Menina do Gás, a toalha de Eusébio, Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma, e Jesus, o Cristo, entram no carro, enquanto Fernando Pessoa e os seus heterónimos aconchegam-se na mala.

“Para onde vamos, não precisamos de estradas”, diz Doc, o Brown, sem que ninguém lhe fizesse o set up para usar essa frase.

O Punto GT começa a levitar graças ao azeite transformado em vinho.

“Não era o vinho que tinha sido transformado em azeite?”, pergunta a Menina do Gás.

Isso. Devido ao vinho transformado em azeite. E desaparece do ano 33.

De regresso ao presente, a figura imponente com um casaco de cabedal e óculos de sol aparece junto ao pessegueiro de D. Marcelo, o Afecto. Uma mala estranha que parece abandonada encontra-se junto à base do tronco.

A figura imponente abre-a e um contador com números vermelhos começa a andar para trás. Restam 59 minutos e 59 segundos.

É uma bomba? Um aviso? Será que o Mindo vai finalmente encontrar um íman?

Não percam o próximo episódio, porque nós também não!

Esta épica história regressa na próxima Véspera da Véspera de Natal.

Até lá continuem a celebrar o dia mais aguardado ao longo de todo o ano. Dediquem estas horas a espalhar pelo Mundo as palavras de felicidade que só um dia como o 23 consegue transmitir, não se esqueçam de pagar o condomínio, e lembrem-se que os vossos amigos que nasceram a 29 de Fevereiro só voltam a fazer anos em 2028.

Pois hoje é a Véspera da Véspera de Natal, dêem as mãos e cantem todos comigo:

Morram pencas, morram! Pim!

Monday, January 29, 2024

Do Supercontinente Dominado por Dinossauros ao Movimento das Placas Tectónicas

Ilustração de Ricardo Galvão

Quando olhamos para um mapa, o nosso primeiro instinto passa por encontrar o nosso país ou a nossa cidade. Se estivermos com vontade de viajar, talvez paremos para traçar a distância entre a nossa casa e o próximo destino de férias. Mas, se nos afastarmos um pouco e começarmos a observar o traçado de cada continente, começamos a ver algumas semelhanças.

A mais óbvia é a forma como a costa da América do Sul parece encaixar perfeitamente com a costa africana. Como duas peças de um puzzle à escala continental.

Mais estranha esta coincidência fica quando descemos ao terreno e encontramos estruturas geológicas, como vales e montanhas, que parecem ter sido partidos ao meio pela separação destas duas massas continentais.

Para além disso, quando escavamos o solo, encontramos rochas e fósseis idênticos em ambas as margens dos continentes.

Atualmente, sabemos que isto acontece porque África e América do Sul fizeram parte de um supercontinente chamado Gondwana, juntamente com Madagáscar, com o subcontinente indiano, com a Austrália e com a Antártida.

Este supercontinente começou a separar‐se há cerca de 140 milhões de anos, num mundo ainda dominado por dinossauros. E, muito antes disso, a própria Gondwana tinha‐se já separado de outro supercontinente, conhecido por Pangeia que, para além da Gondwana, era composto também pelas massas continentais que um dia viríamos a chamar de Europa, Ásia e América do Norte.

O movimento dos continentes e das placas oceânicas é hoje conhecido por tectónica de placas. Um fenómeno que moldou a superfície da Terra desde há 3,4 mil milhões de anos e que continua ativo ainda hoje.

Placas Tectónicas

Se cortarem uma cebola ao meio, podem ver que esta é feita por camadas que se diferenciam a partir de um núcleo central. E, tal como acontece com a cebola, também o nosso planeta está dividido em camadas.

A camada que vai desde a superfície até uma profundidade entre os 40 e os 70 quilómetros é conhecida por crosta. A crosta é constituída maioritariamente por rocha sólida e tem uma espessura que pode variar entre os 5 e os 70 quilómetros.

A parte mais fina da crosta terrestre pode ser encontrada na bacia oceânica. Esta é composta essencialmente por basalto, uma rocha vulcânica, e tem uma espessura que varia entre os 5 e os 10 quilómetros.

Por baixo da crosta está o manto. O manto é a camada mais espessa da estrutura terrestre, atingindo uma profundidade de 2900 quilómetros. Esta camada está, na verdade, dividida em duas, o manto superior e o manto inferior, separados por uma zona de transição.

O manto é composto por minerais de silicatos ricos em ferro e magnésio que, por ação da pressão e das temperaturas elevadas, adquire uma viscosidade que lhe confere propriedades próximas às de um líquido.

A viscosidade destas rochas faz com que elas se movam em correntes de convecção entre o limite do núcleo e a crosta. O material mais quente sobe enquanto o material mais frio se afunda.

O movimento destas correntes tem um papel fundamental na tectónica de placas, permitindo que estas se movam.

A seguir ao manto encontramos o núcleo. Este está dividido em duas regiões, o núcleo externo e o núcleo interno. O núcleo externo é uma camada líquida composta essencialmente por ferro e níquel e situa‐se entre os 2900 e os 5150 quilómetros de profundidade.

O núcleo interno está a 6371 quilómetros de profundidade e é onde, por fim, chegamos ao centro da Terra. Mas, em vez de uma praia paradisíaca com dinossauros e homens primitivos, o núcleo interno da Terra é na verdade uma camada sólida com 70% do tamanho da Lua composta por uma liga de ferro e níquel. Esta camada tem uma temperatura média próxima da da superfície do Sol, atingindo os 5430 °C.

De regresso à superfície, para explicar a tectónica de placas primeiro precisamos de compreender a natureza da litosfera e da astenosfera.

A litosfera é a camada sólida mais exterior do nosso planeta e é composta pela crosta e pela parte superior do manto, podendo atingir os 100 quilómetros de profundidade. Já a astenosfera é a zona superior do manto terrestre, localizada entre os 80 e os 200 quilómetros de profundidade.

É na litosfera que encontramos as placas tectónicas que assentam e interagem diretamente com a astenosfera.

Como a astenosfera é uma camada menos rígida que a litosfera, esta permite que as placas tectónicas se movimentem sobre si. Isto faz da astenosfera uma camada fundamental para a movimentação horizontal e vertical das placas tectónicas.

Como se lembram, este movimento é alimentado pelas correntes de convecção entre o manto e a crosta terreste.


Sunday, December 31, 2023

As Terras do Meu Verão

 

Foto: Ilhas Phi Phi (Tailândia); Autor: Adriano Cerqueira

Portugal

  • Amadora (Residência)
  • Aveiro (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Workshop SupraLife; Debate Novel Diagnostic Tools for Alzheimer’s Disease)
  • Azeitão (Casamento)
  • Braga (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Bragança (Entrevistas 90 Segundos de Ciência e SciComPT)
  • Coimbra (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Sessão Solteiros)
  • Évora (Entrevistas 90 Segundos de Ciência)
  • Lisboa (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Apresentação Eureka!; Lisbon Green Week; Mesa Redonda Da Investigação para os Media)
  • Mafra (Casamento Carolina e Gonçalo)
  • Monchique (Hotel, Termas e Spa)
  • Oeiras (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Trabalho)
  • Odivelas (Jantar de Natal; Compras&Utilidades)
  • Ovar (Residência)
  • Portimão (Almoço)
  • Porto (Entrevistas 90 Segundos de Ciência; Primavera Sound; Despedida de Solteiro; Apresentação Eureka!)
  • Matosinhos (Apresentação Eureka!)
  • Santa Maria da Feira (Rehearsal Dinner; Jantar de Natal)
  • São Jacinto (Visita)
  • São João da Madeira (Compras&Utilidades)
  • Setúbal (Almoço)
  • Sintra (Sessão Solteiros; Praia; Visita)
  • Torreira (Visita)
  • Vila do Conde (Workshop GreenStorming)
  • Vila Nova de Gaia (Compras&Utilidades)

Dinamarca

  • Arhus (Visita)
  • Billund (Aeroporto; Legoland)
  • Veile (Estadia; Visita)

Itália – Sardenha

  • Cagliari (NECTAR Training School)

Países Baixos

  • Amesterdão (Visita; Estadia)
  • Keukenhof (Jardim Botânico)

Tailândia

  • Ayutthaya (Visita)
  • Banguecoque (Estadia; Visita)
  • Ilha Coral (Visita)
  • Ilha Mai Thon (Visita)
  • Ilhas Phi Phi (Visita)
  • Ilha Racha (Visita)
  • Phuket (Estadia; Visita; Jungle Elephant Sanctuary)

Escalas

  • Barcelona – Espanha
  • Dubai – Emirados Árabes Unidos
  • Dublin – Irlanda
  • Paris – França 


Saturday, December 23, 2023

O Regresso da Véspera da Véspera de Natal Parte XVII

365 dias, 248 entrevistas, 90 Segundos de Ciência, 26 Bilharacos, mil “Porque Flutuam os Meus Cereais” vendidos, cinco apresentações de “Eureka! As Descobertas Que Mudaram o Mundo”, uma Euribor no joelho, e 0 pencas depois, sejam bem-vindos a mais um episódio do Regresso da Véspera da Véspera de Natal, a tradição anual mais aguardada pelos fiéis seguidores da Igreja Universal do Sagrado Chinelo, e por todos aqueles cujo ódio a pencas os une neste santo dia.

Anteriormente em A Véspera da Véspera de Natal:

“Temos esta carta há uns bons anos no nosso escritório com instruções para ser entregue hoje.”

Perplexo, o Capitão Iglo abre a carta e começa a ler.

“Caro Capitão Iglo, Se os meus cálculos estiverem correctos essa carta deve chegar momentos depois de vocês regressarem do asteróide. Isso é subjectivo mas eu tenho estado a viver no ano de 1885…”

“O que se passa?”, questiona Vasco, o da Gama.

“É o Mindo! Ele está vivo. Está a comer queijadas com o Eça de Queiroz mas está vivo!”

“Rápido, precisamos de encontrar um Sado com um capacitador de fluxo!”

Doc, o Brown, aparece na pista com um Punto GT: “Acho que consigo fazer melhor!”

Sem hesitar o Capitão Iglo, a Menina do Gás, Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma, e a toalha de Eusébio entram no Punto GT de Doc, o Brown.

“Tens que ir mais para trás Doc, esta estrada não tem espaço suficiente para chegarmos aos oitochentcha e oitcho”, diz Jesus, o Jorge, enquanto abre uma nova caixa de Trident com sabor a papas de sarrabulho.

“Estrada? Para onde vamos não precisamos de estradas”, diz Doc, o Brown enquanto coloca no capacitador de fluxo as coordenadas para o Ramalhete.

Sem hesitar, o Punto GT de Doc, o Brown começa a levitar e envolve-se numa bolha de raios, coriscos, e secretos de porco preto.

Em terra, Jesus, o Cristo, Bernardo, o Soares, Peyroteo, Fernando Pessoa e os seus heterónimos, e D. Marcelo, o Afecto despedem-se uma vez mais dos seus companheiros, nesta nova missão para salvar o Mindo do Ramalhete.

Entretanto, em 1885, no meio de um caminho de cabras Eça de Queiroz ponderava o que trazer para a sobremesa. Quando de repente, e sem aviso, um Punto GT aparece no meio do céu e aterra atabalhoadamente à sua frente.

“Rais’ parta esta malta do tuning”, diz Eça de Queiroz enquanto corre para observar o aparato ao pormenor. A sua atenção é necessária para que mais tarde possa escrever duzentas páginas sobre a forma como a luz reflecte das jantes deste Punto GT.

A Menina do Gás, Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma, e a toalha de Eusébio saem do veículo visivelmente abalados.

“Não me lembro de viajar no tempo ter tanta turbulência. Falhámos o alvo?”, pergunta o Capitão Iglo.

“Grande Scott Pilgrim, esqueci-me de calcular para o peso destes passageiros. Estamos no sítio certo mas o carro perdeu óleo”, diz Doc, o Brown, em tom alarmante.

“Não podemos simplesmente pôr óleo vegetal ou azeite?”

“Estás doido, a €10 o litro? Não ganho para isso.”

Doc, o Brown, sai do seu Punto GT e encontra Eça de Queiroz a oferecer uma queijada à Menina do Gás.

“Eça, a que horas passa o Alfa Pendular?”

Eça, olha para o seu relógio e confere a tabela que tinha colada atrás do passe. “Pelas 17h, porquê?”

“Porque é que estas coisas ficam sempre tão apertadas?!”, murmura Doc, o Brown, para si próprio.

“Capitão Iglo e Menina do Gás, acompanhem o Eça de Queiroz até ao Ramalhete e tragam o Mindo. Tentem não se distrair com os soirées. Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma e toalha de Eusébio, ajudem-me a levar o Punto GT para a estação, temos um comboio para apanhar!”

“O alfa tem um capacitador de fluxo?”, pergunta Jesus, o Cristo que por ali passava ora nas palhas deitado, ora nas palhas estendido.

“Não”, responde Doc, o Brown. “Mas pode empurrar-nos até à velocidade que precisamos para regressar ao futuro!”

“Não queres dizer o presente?”, pergunta Eça de Queiroz, mas a sua questão fica sem resposta enquanto o Capitão Iglo e a Menina do Gás se apressam para chegar ao Ramalhete.

No Ramalhete, Mindo estava a comer queijadas, triste por não ter encontrado nenhum íman em 1885, e a pensar se Gruber, o Hans, conseguiu fazer um mortal ou dois antes de aterrar na piscina.

A campainha toca e Mindo levanta-se para ver se Eça estava de regresso com mais queijadas para a sobremesa. Ao abrir a porta Eça, o Capitão Iglo e a Menina do Gás aguardam-no no exterior.

“Mindo, estás vivo! Recebemos a tua carta e viemos buscar-te. Não temos tempo para explicar, tens que vir connosco agora se não perdemos o comboio!”, diz o Capitão Iglo feliz por reencontrar o seu amigo e o herói que salvou o Pessegueiro de D. Marcelo, o Afecto.

“Isso é subjectivo”, diz Mindo, com lágrimas de felicidade a correr-lhe pelos olhos.

Mindo abraça os seus companheiros e despede-se de Eça de Queiroz.

Eça regressa para o ramalhete e vê na mesa um tupperware com queijadas.

“Mindo, esqueceram-se-te as queijadas!”, gritou Eça, mas o trio já ia demasiado longe para o ouvir.

Chegados à estação Doc, o Brown, Jesus, o Jorge, Jorge, o Palma, e a tolha de Eusébio estavam a montar o DeLorean, quer dizer, o Punto GT, na linha à espera da chegada do alfa.

Mindo correu para os abraçar, mas as emoções do reencontro teriam que ficar para mais tarde. O alfa tinha acabado de chegar e o tempo estava a esgotar-se.

Mindo, o Capitão Iglo e a Menina do Gás entram no Punto GT e juntam-se aos restantes. Doc, o Brown, coloca as coordenadas para o presente, desta vez sem se esquecer de calcular o peso do Mindo e da toalha de Eusébio.

O alfa arranca e começa a empurrar o Punto GT. Jesus, o Cristo, que por ali descansava já fora das suas palhas, vê o Punto GT desaparecer numa bola de raios, coriscos, e secretos de porco preto.

Ao seu lado, a figura imponente com um casaco de cabedal e óculos de sol aparece por entre as sombras da floresta e toca no seu ombro.

“O Mindo foi sinalizado como alvo para exterminação, vem comigo se quiseres que ele viva”.

Jesus, o Cristo levanta-se e acompanha a figura.

Chegarão a tempo de salvar o Mindo? Quem o quer exterminar? Será que Eça irá comer todas as queijadas?

Não percam o próximo episódio, porque nós também não!

Esta épica história regressa na próxima Véspera da Véspera de Natal.

Até lá continuem a celebrar o dia mais aguardado ao longo de todo o ano. Dediquem estas horas a espalhar pelo Mundo as palavras de felicidade que só um dia como o 23 consegue transmitir, e não se esqueçam que só têm até dia 31 para reforçar o vosso PPR se quiserem beneficiar dos descontos no IRS.

Pois hoje é a Véspera da Véspera de Natal, dêem as mãos e cantem todos comigo:

Morram pencas, morram! Pim!