Às vezes, o melhor a fazer é retomar todos os nossos passos e começar de onde partimos. Aquilo que perdemos, aquilo que procurávamos, tudo ao alcance de uma breve introspecção, regressão, ou outra coisa qualquer que no fim acaba por querer dizer o mesmo. Aconteça o que acontecer, vejo-me sempre a regressar ao ponto de partida.
Já lá vão seis anos, mas cá estou eu outra vez. Muitas vezes me questionei se não estava meramente a deixar os erros repetirem-se, os passos em falso amontoarem-se, ou ambos.
A verdade é que já não acredito nisso. Embora seja finalmente capaz de me abstrair da equação, torna-se muito complicado encontrar um motivo, ou pelo menos uma justificação simples para este contínuo retrocesso.
Não sei até que ponto a constante alteração das variáveis contribua para alguma espécie de progresso, mas certamente não ajuda a encontrar o culpado de entre todas as possibilidades que culminam sempre na mesma situação. Na mesma lógica de actos.
Hoje podia ter feito algo mais. Havia um elefante na sala, e a sala era bem grande, mas faltou ou esteve lá aquilo que sempre esteve, ou talvez nunca tenha estado. Por que não foi o motivo do costume suficiente desta vez? Estarei a dar ouvidos às vozes que me revolvem? Vozes essas que tenho ignorado todo este tempo.
Mas como vou saber que esta é uma situação em que as vozes nada têm para dizer? Como posso ignorar um elefante? Devo ignorá-lo só porque penso em algo diferente? Devo seguir aquilo que não tenho, como dizem as vozes? É impossível dar ouvidos a algo que nada faz sem ser existir. Nada lhe trespassa. Nada o convulsa.
Lembro-me dos nomes. Lembro-me dos motivos. Não me lembro de nada que me faça avançar. Quando nada posso fazer, nada adianta fazer. Mas quando posso fazer algo, por que opto por nada fazer? Por que quero fazer nada?
Hoje vi um elefante, mas ignorei-o. E se não mais o vir?