Tuesday, July 11, 2006

Out on the Edge

Escadaria em Espiral do Museu do Vaticano
Nos últimos tempos tenho reparado na maneira como as coisas estão interligadas, e como interagem entre si. Ao abrir os olhos somos capazes de reparar em todo o tipo de coincidências. Como naquela noite em que estava a fazer zapping e acabei por ver três filmes onde, por meros segundos, o mesmo tema surgia, inclusive quando este pouco ou nada tinha a ver com a história.

Qualquer um podia interpretar isto como algum tipo de sinal, mas a verdade é que não me lembro de que tema se tratava, logo, a importância dessa situação acaba por aqui.

Há uns anos atrás, estava aborrecido a ver TV e decidi mudar para o MGM. Estava a dar um filme que achei bastante interessante e que, apesar do meu cansaço, decidi ver até ao fim. Alguns meses depois, repetiram esse filme e também o vi até ao fim. No final, tocavam uma música que, tal como o filme, agradou-me bastante.

Da última vez que vi o filme, decidi pesquisar pela música para fazer o download da mesma. O único problema foi que voltei a não apanhar o nome do filme, nem o nome da música, e, apenas conseguia lembrar-me de parte da letra. Com isto tentei procurar a música mas os meus esforços foram em vão.

De vez em quando lá tentava outra vez, mas nem o Google parecia ser capaz de me ajudar. Estava prestes a desistir quando, recentemente, lembrei-me de procurar por fóruns sobre filmes e perguntar por lá se alguém era capaz de me dizer o nome do filme.

Podia não me lembrar do seu nome mas lembrava-me de todos os detalhes mais importantes. Felizmente, consegui a minha resposta. O nome do filme era "The Heavenly Kid" de 1985. Coloquei este nome no eMule e lá encontrei a banda sonora com a música que eu queria.

Ao carregar no play deixei-me assolar por um profundo sentimento de concretização por finalmente ter encontrado a música. Mas esse sentimento foi breve, pois quando a música chegou a meio, apercebi-me que esta era muito repetitiva e pouco interessante.

Depois de tanto tempo de pesquisa, sinto que o meu esforço foi em vão, pois não gosto da música. Mas na verdade não foi totalmente em vão. Descobri o nome do filme, e agora posso vê-lo sempre que quiser.

Com esta história tento chegar a uma analogia. Uma certa teoria diz que nós só queremos aquilo que não temos. O que até faz sentido, se o temos não o devíamos querer, pois já o temos.

Da mesma forma, aquilo que queremos é aquilo que desejamos, e ao termos algo deixamos de o desejar. Segundo esta lógica corremos o risco de nos sentirmos constantemente frustrados.

Onde quero chegar é que não importa o quanto queremos algo, se algum dia o chegarmos a ter, vamos deixar de o desejar. Tendo em conta o que se sucedeu com a música, com muito esforço somos capazes de atingir os nossos objectivos, e deles até somos capazes de obter algo interessante. Contudo, na maioria das vezes, acabamos por sentir que todo aquele esforço foi em vão, e que não valeu a pena.

Mas como tudo está interligado, e esta metáfora de vida não é nenhuma verdade absoluta, acabo por retomar um raciocínio anterior, que também pode ser retirado desta história. Sim, pois em verdade vos digo, como já dizia o poeta, "Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena."

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